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28/08/2018 às 11h44min - Atualizada em 28/08/2018 às 11h44min

Uber também quer oferecer aluguel de bicicletas nas grandes cidades

CanalTech
Foto: Divulgação
Quem mora na região central de São Paulo já deve ter visto as bicicletas amarelas do Yellow, plataforma de aluguel de bicicletas por tempo de uso. Pois bem, um dos principais serviços de mobilidade urbana, a Uber também quer morder uma fatia deste mercado de bikes de aluguel.

Em entrevista ao Financial Times, o CEO da empresa, Dara Khosrowshahi, disse que, para pequenos trajetos, o serviço do Uber pode não ser uma melhor opção que a bicicleta. “Nas horas do rush, é muito ineficiente um pedaço de metal de uma tonelada levar uma pessoa por 10 quadras. Se pudermos modificar o comportamento de forma que é vantajoso para o usuário, isso também seria um ganho para a cidade”, acredita.

Em abril deste ano, a Uber comprou a empresa Jump. Esta startup tem um serviço muito semelhante às conhecidas Yellow aqui no Brasil. O sistema é chamado de “dockless — isto é, em que o usuário pega a bicicleta em um lugar qualquer e a deixa e outro, sem a necessidade de uma base ou garagem em que seria estacionada. Atualmente, este serviço está disponível em algumas poucas cidades dos Estados Unidos, como Chicago, Austin e São Francisco.



A ideia da Uber, segundo a entrevista de Khosrowshahi, é transformar o serviço não somente em um app de transporte privado, mas em uma plataforma de mobilidade urbana completa. Para isso, a companhia também investiu no Lime, uma companhia de serviço semelhante ao do Jump, mas com patinetes motorizados no lugar de bikes. Para além disso, a Uber também investiu na Masabi, companhia que fornece um sistema para a compra de bilhetes de transporte público nos Estados Unidos.

Embora tenha um discurso de crescimento sustentável, há um fato obviamente econômico para a Uber querer se movimentar para este ramo. Primeiro que seus principais concorrentes já estão indo por este caminho, como é o caso da Lift lá nos EUA, que comprou o Motivate e seu sistema de compartilhamento de bicicletas.

Para além disso ainda, a Uber começou a perceber um fator limitante para seu negócio. Recentemente, Nova Iorque se tornou a primeira cidade do mundo a criar um teto para a quantidade de Ubers que podem andar pela cidade. A justificativa é de que os veículos estavam aumentando o congestionamento na região. Assim, o estímulo para que usuários utilizem bicicletas no lugar dos carros não só é uma movimentação bem-vinda no discurso sustentável da Uber, mas uma expansão do modelo de negócio da empresa nestes locais de gargalo.

O desafio, contudo, é como fazer esta transição sem colocar em risco o modelo do carro. Estimular que usuários não usem os veículos pode fazer com que motoristas repensem o trabalho com a empresa. Segundo o CEO, cálculos internos mostram que, embora possa haver uma queda na receita, é possível que os motoristas passem a ter apenas corridas cada vez mais longas, o que é mais vantajoso. Junto disso, a queda no trânsito também pode ajudar os motoristas a pegar mais corridas, ajudando a equilibrar as contas.

Entretanto, Khosrowshahi reconhece que pode haver uma queda no lucro. “Financeiramente no curto prazo, talvez não seja um ganho para nós, mas estrategicamente, no longo prazo, nós acreditamos que é exatamente para onde nós queremos ir”, disse ao Financial Times. Ainda não há perspectiva de quando ou se a Uber pretende trazer o serviço de bikes compartilhadas para o Brasil.
 

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