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14/08/2018 às 14h11min - Atualizada em 14/08/2018 às 14h11min

Dissertação de mestrado estuda conflitos na escola

Duas escolas de educação infantil de São José do Rio Preto/SP fizeram parte do estudo

Assessoria de Imprensa, Unesp
Ieda Lugli (centro) com os professores Luciana Nogueira Cruz e Raul Aragão Martins, no dia da defesa da dissertação. ( Foto: Divulgação)
Pesquisa de mestrado sobre conflitos interpessoais na educação infantil realizada pela agora Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino e Processos Formativos do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp – câmpus São José do Rio Preto, Ieda Alves Lugli, mostrou que é preciso que educadores tenham formação adequada para realizar a mediação e fazer com que os alunos aprendam a resolver os conflitos para que estabeleçam uma boa convivência e alcancem a autonomia moral.

O estudo foi feito em 2 escolas de educação infantil de tempo integral, em São José do Rio Preto/SP; localizadas na região norte e a outra no centro da cidade; com a observação de 4 salas de aula, sendo 2 por unidade educacional, totalizando uma amostra de 10 professoras e 90 crianças com idades entre 3 e 6 anos.

Já a base para o estudo foram as pesquisas de Jean Piaget sobre moralidade que investiga como as crianças pensam, percebem, agem e sentem, que procura descobrir o que não é evidente no que elas fazem ou dizem, mas o que está por trás da aparência de suas condutas, seja em ações ou palavras. Com base nesse referencial, 40 crianças e 10 professoras foram entrevistadas.

O período de observação teve a duração de cinco meses, entre abril e agosto de 2017, com 30 horas de atenção dedicada em cada turma, devido a repetição dos conflitos. Após a coleta, houve a classificação das disputas identificadas.

Foram observadas 95 situações de conflitos, sendo 50 (52,63%) na escola A (Norte) e 45 (47,36%) na escola B (Centro). As duas turmas de 1ª Etapa com crianças de 3 a 4 anos de idade, apresentaram 54 episódios de conflitos, enquanto que as duas turmas de 2ª Etapa com crianças de 5 a 6 anos de idade, apresentaram 41 episódios.

Constatou-se que o conflito mais recorrente foi o da “disputa”, que pode ser tanto por objetos, espaços ou pessoas. Já a “agressão física” foi o segundo mais empregado pelas crianças das duas escolas. Enquanto que a estratégia de resolução dos embates mais empregada pelas crianças, em 45% dos casos, foi a “dependente”, que foi solicitar a intervenção do educador para mediar o problema.

A mediação das professoras, pelo uso da autoridade que lhes cabe, sempre resolveu os conflitos. O que ficou demonstrado tanto pela observação quanto pelas entrevistas. Segundo a autora do estudo, isso explica porque as crianças buscam com tanta frequência a resolução do conflito pelo professor (estratégia dependente), pois este responde de maneira positiva, resolvendo o conflito de imediato.
 
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