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15/01/2018 às 14h56min - Atualizada em 15/01/2018 às 14h56min

Prefeitura manda Almir Fernandes, o vereador da ‘cambada’, retirar de terreno cerca que mandou instalar sem ter autorização

Política e Mais
A Prefeitura de Araçatuba determinou que o vereador de primeiro mandato, Almir Fernandes Lima (PSDB), retire um alambrado por ele instalado em área pública, sem autorização da administração. O parlamenta cercou o terreno, ao lado de sua casa, alegando que o local era usado como depósito de lixo e ponto para usuários de drogas.

Ocorrer que Almir, que sempre fez questão de se colocar como um cidadão correto, mandou cercar e até construir calçada em uma área que não lhe pertence, o que é ilegal. O terreno, no bairro Nova Iorque, fica em área do antigo traçado ferroviário que cortava o perímetro urbano de Araçatuba, conforme mostrou o radialista Marco Serelepe, no programa Cidade Aberta, transmitido pela Cultura FM nesta segunda-feira.

A determinação para retirada da cerca foi revelada ao radialista pelo secretário de Planejamento Urbano e Habitação, Tadeu Consoni, que chegou a falar com Almir sobre a questão. “Até entendo o que ele falou. Tem uma parte aí de atendimento até a beneficiar a população, só que, infelizmente, cercar área pública precisa de autorização”, afirma o secretário.

Questionado sobre a ação de Almir Fernandes Lima, que antes de se tornar vereador dizia aos quatro cantos da cidade que a Câmara de Araçatuba tinha uma “cambada” de parlamentares, Tadeu disse não ter conhecimento de nenhum tipo de autorização para o uso da área.

“Aqui nós não achamos nenhuma autorização, nós já pedimos até que ele tire a cerca do local”, disse Tadeu. “Estamos notificando e aí ele vai entrar com processo. Citando todos esses benefícios que ele entende estar sendo prestados à população. Aí fica a cargo do prefeito e do departamento jurídico autorizar esse uso a título precário da área. Até então, isso não pode ser feito sem uma autorização da Prefeitura”.



DEFESA DO VEREADOR

O vereador Almir Fernandes Lima, que está em viagem, usou sua página no Facebook para se explicar sobre o uso da área que não lhe pertence, por ser pública, e ao mesmo tempo atacar o radialista Marco Serelepe pela divulgação da notícia.

“Verifico que estou sendo alvo de uma perseguição implacável. Agora estão mexendo em um benefício que fiz em uma área abandonada com a retirada do antigo trilho ferroviário. Em que ao lado de minha casa os carroceiros começaram a jogar entulho. Isto ocorreu há 22 anos. Tinha asfalto e apesar de meus inúmeros pedidos à administração Andorfato, não tomaram providências”, diz o parlamentar em sua manifestação.

Ele prossegue. “Por lei tinham que fazer calçada e muro, pois a área é pública, e tem asfalto no lado que faz divisa com minha casa. Não o fizeram. Como ficava ao lado de minha casa, mandei limpar. E os carroceiros continuavam jogando entulhos. Portanto, limpava e eles sujavam. Como o poder público nada fez. Mandei fazer a calçada e cerquei com alambrado (dever do poder público, pois a área lhe pertence e a lei exige). Plantei árvores frutíferas para que o mato não crescesse. De lá para cá tenho um senhor que faz limpeza mensal tirando folhas e frutos que caem, custeado por mim. Mantenho o lugar sempre limpo. O tempo passou, as árvores cresceram. Ficou arborizado”, explica. “A foto revela que criei uma área verde. Tive que trancar, pois usuários de drogas começaram a utilizar o local que à noite propiciava o anonimato. Sem falar em minha segurança e de minha família, que ao chegarmos à noite ficávamos à mercê de usuários. Apenas cuido do local, sou advogado, sei que não existe usucapião sobre bens públicos, com raras exceções nas quais eu não me enquadro. Zelo do local, que está e sempre esteve à disposição da Prefeitura, que apesar de decorridos 22 anos nunca me incomodou, nem mesmo se interessou em fazer algo no local. Inclusive com dois mandatos da administração petista que foi e continua sendo alvo de minhas críticas”, escreve.



ATAQUE AO RADIALISTA

Almir não, em sua publicação, não se contentou em apenas explicar o ocorrido. Ele fez questão de atacar o radialista que trouxe o caso a público. “Agora vem um radialista ‘teleguiado’ e tenta fazer deste fato algo para denegrir a minha imagem. Em 22 anos não construí nada no terreno, se encontra limpo, arborizado e à disposição da Prefeitura”, afirma o parlamentar.

DELATOU ‘VIZINHOS’

O parlamentar também não se conteve em explicar apenas a sua situação. Ele acusou outros moradores do bairro de terem se apropriado indevidamente de área do antigo traçado ferroviário. “O radialista poderia muito bem, já que se interessou pelo assunto, seguir pelo antigo traçado ferroviário e verificar quantas construções de alvenaria foram feitas nestas áreas, inclusive por empresas de renome na cidade”, afirma.

Almir Fernandes encerra suas explicações alegando ser algo de uma espécie de teoria da conspiração tramada contra sua pessoa e atuação política. “Isso já basta para mostrar que estou sob plano arquitetado para tentar denegrir minha imagem. Também sei que somente árvore que dá bons frutos é apedrejada, mas tenho Deus no comando, e uma consciência tranquila sobre este caso. Quando retornar de viagem vou exigir que ele me entreviste a respeito do assunto. Isto não passa de um jogo de cartas marcadas de pessoas que não amam esta cidade e detestam o meu comportamento na Câmara”, diz.

 
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