Restam exatamente 50 dias para o início oficial da Copa do Mundo da Rússia, marcado para o próximo dia 14 de junho. Até a bola começar a rolar nos gramados dos 12 estádios selecionados para receber o Mundial, no entanto, muita coisa ainda precisará ser finalizada para que o evento transcorra 100% como planejado.
A exemplo do que aconteceu às vésperas da Copa realizada no Brasil em 2014, atrasos na construção das arenas e estouro orçamentário para a realização de obras têm causado transtornos e críticas ao governo russo.
A grande preocupação no momento continua sendo a Cosmos Arena, em Samara, palco de 4 partidas da fase de grupos, uma das oitavas de final (com o Brasil, caso a Seleção passe como primeira colocada de sua chave) e outra das quartas de final do Mundial.
O local está em obras desde 2014 e já teve o prazo de entrega final adiado em duas oportunidades — de dezembro de 2017 para o início de abril de 2018 e, agora, para o fim deste mês.
Colin Smith, diretor de Competições da Fifa, não escondeu seu descontentamento com a mudança no cronograma. "É óbvio que esperávamos por um progresso maior do que esse. Ainda há um enorme trabalho a ser feito, mas precisávamos esperar diminuir o frio para instalar o gramado", explicou.
Segundo Alexey Sorokin, presidente do Comitê Organizador Local (COL), o clima gelado foi apenas um dos problemas que impediram o avanço mais rápido das obras. O local da construção do estádio também foi bastante criticado pelo dirigente.
A inauguração da Cosmos Arena está prevista para este sábado (28). Neste mês outros três palcos de jogos da Copa foram aprovados e inaugurados: Arena Rostov, Arena Mordovia, em Saransk, e Arena de Volgogrado.
Segundo, o governo russo abriu processos contra quatro das empresas contratadas para construir 7 dos 12 estádios do Mundial e cobra cerca de R$ 164 milhões em indenizações por "descumprimento de prazos e outras obrigações contratuais".
Não são só as arenas que têm dado dor de cabeça aos organizadores do Mundial. De acordo com a TASS, agência de notícias russa, as obras de infraestrutura estão 90% prontas, sendo que a nova prioridade é organizar os horários dos voos de acordo com o calendário da competição.
A realização da Copa da Rússia exigiu a disponibilização de 495 novos trens e 11 novos pontos de parada para favorecer o deslocamento dos torcedores, que terão direito à passagem gratuita para irem aos jogos caso optem por esse meio de transporte.
A hospedagem também causou problemas, principalmente nas cidades que não costumam ter muito fluxo de turistas, casos de Rostov, Saransk e Volvogrado. Alguns hotéis chegaram a aumentar as taxas de forma abusiva e obrigaram o governo a intervir. A Rússia espera receber 1 milhão de turistas durante o período da Copa — de 14 de junho a 15 de julho.
Como ocorreu no Brasil, os gastos previstos para a preparação da Copa acabaram ultrapassando os limites estipulados em um primeiro momento.
Em 2014 a expectativa era de que a Copa aqui no Brasil custasse, apenas em construção e reformas de estádios, algo em torno de R$ 2,2 bilhões. A conta final, no entanto, passou de R$ 8 bi somente em gastos com os palcos dos jogos.
Na Rússia, até o momento, o orçamento total está previsto para R$ 38,2 bilhões, R$ 13 bi a mais do que o custo total da realização do Mundial em território brasileiro e R$ 2 bilhões a mais do que o previsto no plano original. Essa será a Copa mais cara da história até o momento.