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30/06/2021 às 10h50min - Atualizada em 30/06/2021 às 10h50min

Seminário debate vacinação de gestantes contra covid-19

No Brasil, 1.090 grávidas morreram pela doença

Agência Brasil
Foto: Reuters/Ricardo Moraes/Direitos Reservados
Até hoje (30), o Brasil teve a morte de uma gestante associada à vacinação contra a covid-19. Já a doença causou até o momento 1.090 óbitos neste grupo de mulheres. Os dados foram apresentados em fórum promovido pelo Ministério da Saúde para discutir a imunização de gestantes e lactantes.

Atualmente, o Programa Nacional de Imunização (PNI) recomenda a imunização deste segmento em caso de comorbidades, porém, a vacina usada não deve ser a da Oxford/AstraZeneca. A orientação foi divulgada após a morte de uma gestante do Rio de Janeiro, em maio, depois de tomar a dose da vacina contra covid-19 da Oxford/AstraZeneca.

Para as mulheres que tomaram uma dose desta vacina, a orientação do Ministério é tomar a 2ª dose somente após o fim do puerpério. Porém, a orientação na capital Rio de Janeiro é que as grávidas imunizadas contra a covid-19 com a primeira dose da Oxford/AstraZeneca poderão receber a segunda dose com a vacina da Pfizer.

Conforme levantamento do Ministério, foram reportados 24 eventos adversos graves em gestantes ou lactantes, sendo 19 em pessoas que receberam imunizantes da Oxford/AstraZeneca e cinco da vacina da Pfizer/BioNTech.

O integrante do grupo de assessoramento do Ministério da Saúde e médico infectologista Renato Kfouri destacou que ainda não há evidências de correlação entre complicações em gestantes e lactantes por imunizantes contra a covid-19, mas que há estudos em curso sobre o tema.

A recomendação de vacinação em gestantes é ancorada em uma avaliação entre os benefícios de evitar mortes por covid-19 e os riscos de complicações nessas mulheres. Como ainda não há estudos conclusivos, os especialistas também consideram o comportamento em vacinas semelhantes, como a contra o vírus Influenza.

“É preciso chamar atenção para outros riscos. Covid-19 aumenta em pelo menos três vezes o risco de admissão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de gestantes. O risco de letalidade dificulta o manejo clínico da gestante. Outros desfechos são óbito e prematuridade dos bebês”, ressaltou Kfouri.

O médico disse que ainda não há estudos ou evidências apontando riscos associados à vacinação de lactantes. “A eficácia da vacina é a mesma [entre lactantes e não lactantes]. Não há nenhum dado de que nutrizes tenham risco maior de desenvolver formas graves da covid-19. E também não há evidência de que anticorpos tragam algum efeito protetor”, comentou.

O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), Juarez Cunha, apresentou dados segundo os quais no Brasil 85% das pessoas vão definitivamente ou possivelmente se vacinar, mas é preciso dialogar com o contingente que ainda não se decidiu.

“Temos que ter cuidado das pessoas que estão em dúvida porque são suscetíveis à desinformação e às fake news sobre este assunto. Nós, trabalhadores da saúde, temos que ter condições de passar essa informação adequada sobre covid-19 e vacinação em gestantes”, defendeu.

Pelo Twitter, o ministro da Saúde destacou a preocupação com o público formado pelas gestantes: 



Em entrevista ao programa Brasil em Pauta do último domingo (27) o ministro da Saúde disse que a pasta estava consultando especialistas e corpo técnico para decidir sobre a retomada da vacinação de gestantes sem comorbidades.

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