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28/06/2021 às 10h17min - Atualizada em 28/06/2021 às 10h17min

Lázaro é morto após confronto com forças policiais

Segundo informações, ele foi baleado pela polícia e morreu

BBC
Busca por Lázaro Barbosa mobilizou agentes, aeronaves e cães farejadores desde assassinatos dos quais ele é acusado de ter cometido em 9 de junho
Após 20 dias de buscas, Lázaro Barbosa, 32 anos de idade, acusado de múltiplos assassinatos, foi morto por policiais. O fugitivo foi baleado durante uma troca de tiros com agentes que tentavam capturá-lo. Levado ao Hospital Municipal Bom Jesus, de Águas Lindas de Goiás (GO), Lázaro não resistiu aos ferimentos.



Inicialmente, o governador Ronaldo Caiado anunciou, por meio do Twitter, que Lázaro tinha sido preso por agentes das forças de segurança que participam da megaoperação que mobilizou quase 300 policiais.

Lázaro é acusado de assassinar quatro pessoas da mesma família em uma chácara no Distrito Federal. Uma quinta vítima teria sido feita refém em Goiás. Ele ainda é suspeito de balear três pessoas no município de Cocalzinho de Goiás, onde se concentraram as buscas. 

Lázaro Barbosa já havia sido condenado por homicídio na Bahia.

"Acabo de receber neste momento uma informação de todas as forças de segurança que estão ali na região de Cocalzinho que o Lázaro foi preso", disse Caiado, em vídeo publicado no Twitter.

"[Quero] cumprimentar a todos aqueles que estão ali há vários dias trocando informações e chegando a esse resultado final, com a prisão do Lázaro. Meus cumprimentos a todas as forças de segurança que ali interagiram, trabalharam com determinação para mostrar que a lei está acima de tudo."

"Goiás não é Disneylândia de bandido"
, escreveu Caiado.

A operação para achá-lo envolveu policiais civis, militares e federais, além do auxílio de cães farejadores e aeronaves.

Ao longo dos vários dias de fuga, Barbosa passou por várias chácaras na região, fez reféns e baleou pessoas, segundo a polícia.

As buscas se iniciaram após a morte de quatro membros da mesma família.

Cláudio Vital, de 48 anos, e seus filhos Gustavo, 21, e Carlos Eduardo, 15, foram encontrados com marcas de tiros e facadas em sua casa, segundo a polícia.

A mãe dos jovens, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos, foi achada morta três dias depois em um córrego. Segundo os policiais, Barbosa a sequestrou e a matou com um tiro na cabeça.

A BBC News Brasil lista a seguir quatro momentos dramáticos da perseguição.

1. Incêndio em residências
Em 12 de junho, segundo a Polícia Militar de Goiás, Barbosa passou a tarde bebendo em uma chácara, onde teria mantido um caseiro refém.

Em seguida, segundo a polícia, Barbosa invadiu outra chácara, baleou três homens e roubou armas de fogo.

Tarde da noite, ele teria ainda incendiado uma casa e trocado tiros com a polícia antes de fugir para a mata.

Policiais armaram base da operação num posto de gasolina em Edilândia - Foto: Mathias Folha

Policiais armaram base da operação num posto de gasolina em Edilândia - Foto: Mathias Folha


2. Roubo de carro
Na manhã de 13 de junho, segundo a polícia, Barbosa entrou em outra chácara, onde teria exigido que moradores cozinhassem para ele. De lá, fugiu com cerca de R$ 200, roupas e celulares.

À noite, segundo os policiais, Barbosa invadiu uma casa em Ceilândia, amarrou um morador e roubou um carro do modelo Fiat Palio, fugindo em seguida para Cocalzinho.

Um investigador disse que Barbosa ateou fogo ao veículo antes de abandoná-lo na rodovia BR-070 e que contou com a ajuda de um colega.

3. Policiais baleados
Helicópteros foram usados na busca por Lázaro Barbosa, e uma aeronave também precisou ser usada para levar policial baleado em tiroteio - Getty Images

Helicópteros foram usados na busca por Lázaro Barbosa, e uma aeronave também precisou ser usada para levar policial baleado em tiroteio - Getty Images


Na tarde do dia 15 de junho, policiais se aproximaram de uma chácara onde Barbosa fazia três pessoas reféns em Edilândia, segundo os investigadores.

Houve troca de tiros e um policial foi atingido de raspão.

A família foi resgatada em segurança.

O policial foi levado de helicóptero a um hospital em Anápolis. Ele já foi liberado e passa bem.

4. Buscas em terreiros e deputada com fuzil
Em 19 de junho, sacerdotes de terreiros afro-brasileiros divulgaram uma nota afirmando terem sofrido abordagens truculentas da polícia durante as buscas por Barbosa.

Os policiais entraram em terreiros em Águas Lindas, Girassol, Cocalzinho e Edilândia.

Na nota, os sacerdotes manifestaram "repúdio aos violentos ataques racistas praticados contra as casas de matrizes africanas" e se queixaram da tentativa de associá-las ao foragido.

Já a Secretaria de Segurança de Goiás afirmou que estava "trabalhando com um único propósito: garantir a paz à população da região e capturar Lázaro Barbosa, nos limites da legalidade".

No mesmo dia, a deputada federal Magda Mofatto (PL-GO) publicou nas redes sociais um vídeo onde aparecia com um fuzil dentro de um helicóptero e prometia capturar Barbosa. "Se o Ronaldo Caiado (governador de Goiás) não deu conta de te pegar, eu estou indo aí te pegar", afirmou.

Em nota, o governo goiano afirmou que a postura da deputada era desrespeitosa e contraproducente.

Companheira de Lázaro temia sua morte

A caçada para encontrar o suspeito preocupava a companheira de Lázaro, que dizia esperar que ele se entregasse e esfriasse a repercussão do caso devido a megaoperação policial.

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, ela contou estar estarrecida com os crimes dos quais o companheiro é suspeito — as mortes de quatro pessoas da mesma família no DF e de uma em Goiás — e diz temer que Lázaro acabe morto: "Temos medo de receber a notícia de que ele morreu".
 

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