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21/05/2021 às 17h00min - Atualizada em 21/05/2021 às 17h00min

CPI da Covid ouve na próxima semana secretária do Ministério da Saúde chamada de Capitã Cloroquina

Senadores votam na próxima semana pedidos de novas convocações, e Pazuello deve voltar à CPI após emails da Pfizer

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Mayra Pinheiro, que defende a cloroquina no tratamento da covid, terá que explicar TrateCov
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado ouve na próxima terça-feira (25) a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Conhecida como “Capitã Cloroquina”, ela foi a responsável pelo planejamento de uma comitiva de médicos que difundiu o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus em Manaus dias antes de o sistema de saúde do Amazonas entrar em colapso, em janeiro último. 

A secretária já confirmou, em depoimento dado ao Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, que o Ministério da Saúde incentivou o uso da cloroquina nas visitas de médicos voluntários em Manaus. A viagem aconteceu em janeiro, pouco antes da crise de oxigênio na capital amazonense.

Mayra Pinheiro tentou repetir a estratégia do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para ter o direito de ficar em silêncio durante o depoimento à CPI da Covid no Senado. Mas o pedido foi negado pelo ministro Ricardo Lewandowski.

A secretária, que é médica, também terá de dar explicações sobre uma plataforma desenvolvida pelo Ministério da Saúde, o TrateCov, recomendando o uso de cloroquina no combate à covid-19.

Em depoimento à CPI, o ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou que a ideia partiu de Mayra Pinheiro, mas o programa nunca chegou a ser lançado oficialmente, pois fora “roubado” e “hackeado” enquanto ainda estava em fase de desenvolvimento.

"Essa plataforma não foi distribuída aos médicos. Foi copiada por um cidadão, que fez a divulgação com usos indevidos. Quando soubemos determinei que fosse retirada do ar e que fosse aberto um processo para descobrir onde estavam os erros disso", explicou o general aos senadores.

A explicação do ex-ministro não convenceu os senadores. Eles lembraram que sistema chegou a ser lançado e divulgado em meios de comunicação do governo federal.

Inicialmente, a oitiva da secretária estava marcado para o dia 20, mas foi adiado devido à sessão de Pazuello, que se estendeu por dois dias.

Agenda da CPI na próxima semana
Na quarta-feira (26), os senadores vão votar, a princípio, 27 requerimentos, como o pedido de quebra de sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático de Eduardo Pazuello apresentado pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

O requerimento tem como base denúncias veiculadas na terça-feira (18) pelo Jornal Nacional sobre a contratação de empresas para reforma de galpões do Ministério da Saúde sob o pretexto da emergência da pandemia da covid-19.

Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na CPI da Covi no Senado (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na CPI da Covi no Senado (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)


A reconvocação de Eduardo Pazuello também deve ser votada na quarta. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) vai apresentar requerimento pedindo novamente o depoimento do ex-ministro após emails enviados pela Pfizer à comissão comprovarem a omissão do governo nas tratativas para comprar vacinas contra a covid-19. 

A CPI da Covid recebeu uma série de e-mails enviados pela Pfizer que comprovam quanto a empresa insistiu para negociar com o governo brasileiro. Tratam-se de, pelo menos, 10 emails, enviados entre 14 de agosto e 12 de setembro – data em que o presidente mundial da Pfizer enviou uma carta endereçada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apesar das tentativas, a empresa não recebeu respostas conclusivas do Ministério da Saúde.

Compra de vacinas
Na quinta-feira (27), será a vez do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Antônio Elcio Franco. Braço-direito de Pazuello, ele será questionado, principalmente, sobre as negociações com a Pfizer para a compra de vacinas contra a covid-19. 

Secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse ser "irresponsável" dar data de início da vacinação. (Foto: Reprodução/YouTube)

Secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse ser "irresponsável" dar data de início da vacinação. (Foto: Reprodução/YouTube)


Em seu depoimento à CPI, o ex-CEO da Pfizer no Brasil Carlos Murillo afirmou que as tratativas eram realizadas com Elcio Franco. A empresa ofereceu entregar 1,5 milhão de doses da vacina ainda em 2020, mas não obteve resposta.

Depoimentos já aprovados sem data marcada

- Nísia Trindade, presidente da Fiocruz

- Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan

- Fernando de Castro Marques, presidente da União Química Farmacêutica

- Nise Yamaguchi, médica defensora da cloroquina

- Ricardo Zimmermann, médico defensor da cloroquina

- Francisco Cardoso Alves, médico defensor da cloroquina

- Flávio Cadegiani, médico defensor da cloroquina

- Jurema Werneck, médica que coordena o Movimento Alerta, que consolida dados sobre a pandemia no Brasil.

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