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14/04/2021 às 10h09min - Atualizada em 14/04/2021 às 10h09min

Butantan alerta que IFA não é suficiente para entregar 46 milhões de doses da CoronaVac

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Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, mostrou preocupação com IFA, necessário para produção de vacinas (Foto: Nelson Almeida/AFP via Getty Images)
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que não há Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para cumprir a entrega combinada com o governo federal. O contrato previa que fossem produzidas 46 milhões de doses da CoronaVac, disponibilizadas para o Plano Nacional de Imunização.

A previsão é que a próxima entrega de IFA aconteça no dia 20, mas Dimas Covas afirma que há a expectativa que o lote com 6 mil litros de insumo seja adiantado. “Ele chega até o dia 20, estamos com expectativa que ele chegue antes. E vamos começar a produção rapidamente”, afirmou.

Há ainda um segundo lote de IFA, também de 6 mil litros, que é esperado. O material está pronto, mas ainda não há autorização para importação.

Nesta quarta-feira (14), o Butantan entregou 1 milhão de doses, totalizando 40,7 milhões de vacinas produzidas. Em abril, foram produzidas 4,5 milhões de doses da CoronaVac, entregues ao governo federal.

A previsão era que até 30 de abril fossem entregues 46 milhões de doses ao PNI. Até agosto, devem ser entregues 100 milhões de doses da CoronaVac, produzidas pelo Instituto Butantan.

O que é a CoronaVac?

CoronaVac é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês SinoVac (Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images)

CoronaVac é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês SinoVac (Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images)



A CoronaVac é a vacina mais utilizada nas primeiras etapas do plano de combate à Covid-19 no Brasil, promovido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde janeiro de 2021.

Apresentada ao público brasileiro pelo governo do Estado de São Paulo, parceiro da biotech chinesa Sinovac no desenvolvimento da vacina, o processo de produção da CoronaVac foi analisado de perto por autoridades, público e imprensa no Brasil.

Uma disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, colocou a CoronaVac no centro das discussões, muitas vezes extrapolando questões de caráter técnico.

A CoronaVac é a vacina mais utilizada nas primeiras etapas do plano de combate à Covid-19 no Brasil, promovido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde janeiro de 2021.

Apresentada ao público brasileiro pelo governo do Estado de São Paulo, parceiro da biotech chinesa Sinovac no desenvolvimento da vacina, o processo de produção da CoronaVac foi analisado de perto por autoridades, público e imprensa no Brasil.

Uma disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, colocou a CoronaVac no centro das discussões, muitas vezes extrapolando questões de caráter técnico.

A CoronaVac já recebeu apelidos xenófobos e grosseiros, mas também foi batizada por outras alcunhas tais como:

Vacina chinesa;

'Vachina';

Vacina do Brasil;

Vacina do Butantan;


Além dos nomes, destaca-se que a CoronaVac é uma das principais ferramentas que o Brasil possui hoje para frear o avanço do novo coronavírus.

Como foi desenvolvida a vacina do Butantan?
A CoronaVac se trata de uma vacina de vírus inativado, técnica que surgiu no século 19 e que, em poucas décadas, já era dominada por diversos laboratórios ao redor do mundo.

Importantes imunizantes que marcaram a trajetória da saúde pública fazem parte dessa categoria, como a vacina da gripe e da hepatite A. O advento da vacina da pólio, um exemplo de imunizante de vírus inativado, foi o ponto de virada no processo de erradicação da doença que causava paralisia e mortes em crianças.

Na formulação de vacinas inertes, o vírus que elas devem combater é cultivado em laboratórios, inativado por via química ou aquecimento e, posteriormente, utilizado morto no insumo.

CoronaVac leva a técnica do vírus inativado
Esse processo garante que o vírus seja incapaz de se reproduzir e infectar o indivíduo que recebe a vacina. Ao mesmo tempo, sua presença aciona o sistema de defesa do corpo humano, provocando resposta imunológica suficiente para ensinar o organismo como se defender de um futuro ataque do vírus em sua integridade.

O lado bom da vacina inativada é a familiaridade que laboratórios farmacêuticos têm com a técnica, dada as mais de 7 décadas de produção em massa desse tipo de imunizante. Outra grande vantagem é a relativa agilidade com que as farmacêuticas conseguem atualizar a vacina visando cobrir novas variantes que possam surgir.

Em entrevista recente, o cientista Shao Yiming, do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, calculou em 2 meses o tempo para que cientistas sejam capazes de atualizar vacinas inativadas da Covid-19.

Por outro lado, as vacinas inativadas representam um desafio na produção em larga escala. Além do tempo maior de preparo do insumo, pela necessidade de cultivo e multiplicação, ao lidar com o vírus vivo nas etapas iniciais, os laboratórios precisam atuar com níveis de biossegurança altíssimos.

Vírus inativado versus novas tecnologias
Em comparação com outras vacinas que já estão em uso no combate ao Covid-19 e que utilizam outras técnicas, a vacina inativada costuma apresentar taxas de eficácia menores.

Isso não significa que um tipo de vacina é melhor do que outro, já que todos os imunizantes apresentados até agora cumprem a necessidade mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 50% de eficácia geral.

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