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20/03/2021 às 16h30min - Atualizada em 20/03/2021 às 16h30min

Pessoas inteligentes são mais felizes? Veja o que diz a ciência

TecMundo
Os psicólogos evolucionistas Satoshi Kanazawa e Norman Li, avaliaram em um estudo que pessoas de alto QI sentem-se felizes solitárias porque conseguem se adaptar melhor a círculos de amizades menores. No estudo relataram que pessoas de alto QI não almejam grandes cidades da mesma maneira que muitos e se sentem melhor com menos interações com amigos. Assim como pessoas de alto QI se satisfazem ocupando seu tempo com tarefas determinadas e buscando focos determinados que resultam em diferentes “empolgações”.

Foi descoberto em um estudo publicado na revista Psychological Medicine que pessoas com QI mais elevado (maior que 120 pontos) eram mais felizes que as pessoas com QI menos elevado (menor que 99 pontos). Fatores determinantes como renda influenciam para este resultado, pessoas com maior QI tendem a ter uma renda maior ou mais equilibrada.

Como descrito neste artigo, Wataru Sato em sua pesquisa, definiu que pessoas com mais felicidade subjetiva tinham mais substância cinzenta no cérebro, células neuronais, na região do lóbulo parietal, precuneus. As pessoas com maior intensidade de felicidade, sentem menor intensidade na tristeza e são mais capazes de encontrar sentido na vida apresentam precuneus maiores. O número de neurônios e de ramificações dendríticas contribuem para o aumento da massa.

Partindo desta premissa, levando em consideração a inteligência DWRI onde o córtex pré-frontal e as demais regiões relacionadas à inteligência são bem desenvolvidas, mesmo as pessoas não DWRI com alto QI onde há uma chance aumentada de demais regiões se desenvolverem sob influência do QI, este aumento da substância cinzenta encontra uma relação com o QI.

Na pesquisa de Sato, foi detectado que quando feliz um indivíduo, regiões da inteligência lógica, QI, não estão ativas, mas isso ocorre por que não necessariamente a região da felicidade teria que ser a da inteligência mas a inteligência pode determinar a felicidade, assim como o desenvolvimento das regiões cerebrais estão relacionados à inteligência.

Há 14 regiões relacionadas às habilidades mentais que compõem a inteligência, como o córtex pré-frontal dorsolateral (envolvido em processos cognitivos), lobo parietal (processamento dos sentidos) e córtex cingulado anterior (ajuda no controle de impulsos e decisões).

Mais substância cinzenta, corpos de células nervosas, células da glia e dendritos, nos lobos frontais do cérebro é um indicador de inteligência nas mulheres e nas áreas frontais e traseiras ligadas à integração das informações dos sentidos nos homens. Além da massa avantajada, que está de relacionado com o tamanho dos neurônios, também há a boa conexão entre essas 14 regiões, devido a velocidade na troca de informações. A teoria do fator g de Charles Spearman pode estar relacionada a essas conexões, sua potência e velocidade como descrevo em meu artigo ‘Velocidade das sinapses’.

A felicidade, como descrito neste artigo, advém do equilíbrio emocional, da homeostase, que é a habilidade de manter o meio interno em equilíbrio constante com o meio externo independente de alterações. A homeostase neuronal também está relacionada com sincronia e equilíbrio dos neurotransmissores para uma maior facilitação da felicidade.

A felicidade também está relacionada a questões socioeconômicas e ao equilíbrio, as pessoas que possuem baixa renda se preocupam mais, tem maiores chances de problemas de saúde, precisam de mais ajuda com habilidades da vida diária, mais sintomas de sofrimento psíquico e os que tem muito perdem o objetivo, razão e motivação das conquistas.

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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do TecMundo, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard). É membro da Mensa International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade Portuguesa de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), considerado o principal cientista nacional para estudos de inteligência e alto QI.

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