Ser mulher não é para qualquer um

Osmarina era apenas uma garotinha cheia de sonhos quando foi para um orfanato. Apesar de pequena no tamanho, a força dela era gigante. Ali começava uma grande, árdua e vitoriosa jornada. Espia só!

Após a morte dos pais, a pequena Osmarina, de sete anos, foi levada para um orfanato em Taboão da Serra. Em seguida foi para a Casa da Criança, em Araçatuba, interior de São Paulo. Lá permaneceu até os 18, quando passou a viver e trabalhar em casas de família como doméstica. Levava o melhor por onde ia e, mesmo na dificuldade, sempre esteve firme para seguir.

Além da lembrança do pai, que foi um vendedor de pipocas e doces no centro de São Paulo, Osmarina sempre se inspirou em outras mulheres “Eu tive uma patroa mexicana. Copiei muito ela como mãe e no modo de agir. Era uma mulher que não precisava, mas sempre estava trabalhando e buscando algo de relevante para fazer pelos outros”.

Em 1996, ela já era mãe quando uma amiga a convidou para fazer a prova da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Ela passou! E só quando terminou as etapas descobriu que estava grávida do segundo filho. Hoje, ao estar prestes a ingressar na Escola de Formação de Sargentos para se especializar ainda mais no auge dos 24 anos de profissão, ela brinca ao falar da infância “Lembro que um policial que patrulhava a região da Paulista pedia a minha adoção ao meu pai. Para me levar para escola e dar comida. Que ironia!”.

A Cabo PM Osmarina criou, educou e formou três filhos. Ela é policial, mãe, tia, avó... MULHER! É até intérprete de libras e atua no COPOM (Centro de Operações da Polícia Militar) lidando com os mais diversos tipos de ocorrências no 190. É de batalhas e vitórias como as da Osmarina que alimentamos a nossa FORÇA e a nossa SENSIBILIDADE para seguir em frente. Para nos emocionar, se inspirar e inspirar outras mulheres nesse dia tão especial. Afinal, minha gente, ser mulher não é para qualquer um!