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25/02/2021 às 09h38min - Atualizada em 25/02/2021 às 09h38min

Conheça Elizabeth, 1º clone de furão em risco de extinção dos EUA

TecMundo
Foto: Divulgação
Pesquisadores de diversas áreas buscam, constantemente, soluções para a preservação de espécies em extinção, e uma dessas ações trouxe à luz Elizabeth Ann, um furão-do-pé-preto nascido em 10 de dezembro de 2020. Gêmea genética de um exemplar chamado Willa, que morreu em 1988 e cujas células foram armazenadas em um criobanco por décadas no Frozen Zoo, de San Diego, ela é o primeiro clone do tipo criado nos Estados Unidos.

Elizabeth representa um marco importante no esforço contínuo de aumento de diversidade dos bichinhos. Por um tempo, acreditou-se que os animais haviam, de fato, desaparecido, mas, em 1981, um fazendeiro em Wyoming encontrou um grupo deles em suas terras, utilizado, a partir dali, em programas de reprodução em cativeiros.

Elizabeth Ann, primeiro clone de um exemplar de furão-do-pé-preto.

Elizabeth Ann, primeiro clone de um exemplar de furão-do-pé-preto.



Após a redescoberta, conservacionistas passaram a se dedicar à recuperação da espécie. Se por um lado hoje várias populações existem em todo o país, o que, infelizmente, não foi o suficiente para tirá-las da lista dos mamíferos mais ameaçados da região norte-americana, por outro, todos os furões-do-pé-preto (Mustela nigripes) descendem de apenas sete animais.

Problemas como aumento da suscetibilidade a doenças e distúrbios genéticos, diminuição da capacidade de adaptação à natureza e taxas de fertilidade mais baixas são comuns à endogamia, acasalamento que consiste na união entre indivíduos aparentados. Sendo assim, a clonagem tem o potencial de se tornar uma aliada e tanto da resistência dos indivíduos expostos ao perigo de um fim definitivo.

Criatura única
Por mais desafiadores que sejam os obstáculos enfrentados pelos animais e pelos cientistas que os defendem, a recuperação da espécie está dentro do alcance daqueles que se propuserem a alterar o destino dos furões-do-pé-preto, concluiu um estudo de 5 anos do Fish and Wildlife Service (USFWS), unidade do Departamento do Interior dos Estados Unidos dedicada a preservar a vida selvagem. Elizabeth Ann é peça importante desse jogo.

Em 2018, a instituição emitiu uma licença permitindo a pesquisa de clonagem em espécies ameaçadas de extinção, e a estrela da vez, como uma duplicata genética de Willa, não é parente dos exemplares encontrados na década de 1980. Além disso, ela contém uma abundância de variações únicas em comparação com a população viva e, caso possa se acasalar e se reproduzir, trará descendentes diferentes para a Terra.

Recuperar espécie é possível, defendem pesquisadores

Recuperar espécie é possível, defendem pesquisadores



A conquista poderia impulsionar os esforços de repovoamento, o que vai ao encontro dos objetivos do Frozen Zoo, "criado há mais de 40 anos com a esperança de fornecer soluções para os desafios de conservação do futuro", explica Oliver Ryder, diretor do instituto. "Estamos muito satisfeitos por termos sido capazes de criar um criobanco e, anos depois, fornecer culturas de células viáveis para esse projeto inovador."

Elizabeth Ann e sua mãe estão sendo mantidas no Centro Nacional de Conservação de Furões-do-pé-Preto do USFWS, no Colorado, onde a dupla passará a vida inteira, de acordo com o comunicado. "A clonagem genética bem-sucedida não diminui a importância de se combater as ameaças ao habitat das espécies", pondera Noreen Walsh, diretora do USFWS Mountain-Prairie Region.

Revive & Restore (organização de conservação da vida selvagem), ViaGen Pets & Equine (empresa de clonagem de animais) e Association of Zoos and Aquariums (organização sem fins lucrativos focada em conservação) fizeram parte do experimento.

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