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02/02/2021 às 08h23min - Atualizada em 02/02/2021 às 08h23min

Greve dos caminhoneiros não tem adesão na região, mas levanta alerta ao Ceagesp

Portal LR1
CONTEMPLADA - Andradina é cortada pela Rodovia Marechal Rondon, que faz parte do programa de concessão. ( Foto: Reprodução LR1)
A greve dos caminhoneiros que estava marcada para começar nessa segunda-feira (1) teve pouca adesão no primeiro dia nas grandes cidades. Na região de Araçatuba, por exemplo, não houve nenhum tipo de paralisação ou protesto nas principais rodovias que cortam os municípios. O Sindicato dos Caminhoneiros de Araçatuba é contra o movimento, principalmente por conta da atual situação de pandemia de coronavírus enfrentada no país. Apesar do clima de tranquilidade, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) da cidade está atenta aos reflexos que podem ocorrer por conta do movimento, ainda que pequeno, para essa quarta-feira (3), quando é esperada a chegada de caminhões vindos da capital paulista para abastecer os supermercados do município.

Para o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Araçatuba, Sérgio Barsalobre, o movimento nem se compara àquele deflagrado em 2018 quando grande parte da categoria fez a adesão e chegou a acontecer desabastecimento de alguns produtos em muitas cidades.

“Nós somos contra, pois o país interior está passando por uma situação muito difícil, por conta da pandemia de coronavírus. Essa não é a hora de fazer greve”, afirmou em entrevista ao O LIBERAL REGIONAL.

Além de ser responsável pela área de cobertura sindical de Araçatuba, Sérgio também responde pelas regiões de São José do Rio Preto e Presidente Prudente. Ele afirmou que em nenhuma cidade da região houve qualquer tipo de paralisação. “Claro, sempre pode haver um caminhoneiro aqui e outro lá que decide parar, mas nós não aceitamos e não reconhecemos”, explicou.

De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual não houve registro de nenhuma paralisação ou manifestação de caminhoneiros na área da 4ª Companhia de Araçatuba, que vai desde Penápolis até Castilho. A reportagem também percorreu um trecho da rodovia Marechal Rondon (SP-300) na tarde dessa segunda-feira e não presenciou nenhum tipo de movimento nesse sentido.

Barsalobre acredita que a greve acontece mais por briga política, encabeçada por líderes de esquerda, do que por reivindicações verdadeiramente necessárias. “O governo que aí está não tem culpa. As nossas reivindicações aconteceram na época do então presidente Michel Temer”, enfatizou.

ALERTA

Mesmo com o cenário aparente de tranquilidade em relação à adesão da greve pelos caminhoneiros na região, o Ceagesp acompanha com atenção os desdobramentos do movimento, principalmente na capital paulista. É que muitos produtos que abastecem as cidades são transportados do Ceasa de São Paulo para o interior.

De acordo com o gerente de operações do Ceagesp de Araçatuba, Wanderley da Silva Junior, o abastecimento nos supermercados ocorreu normalmente nessa segunda. “Nós não tivemos nenhum reflexo nesse momento. Mas, já temos caminhões em São Paulo e estamos atentos a algum tipo de impedimento de prosseguir viagem, por causa da greve por lá. Aí, sim, esse reflexo poderia começar a aparecer por aqui a partir de quarta-feira”, explicou.

Às segundas, quartas e sextas são os dias em que os caminhões abastecem os supermercados de Araçatuba com produtos frescos, por isso a preocupação é grande, caso a paralisação ganhe força.

CONTRÁRIOS

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) informou, por meio de nota, que não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros e reafirmou o compromisso do setor transportador com a sociedade. “Se houver algum movimento dessa natureza, as transportadoras garantem o abastecimento do país, desde que seja garantida a segurança nas rodovias”, conclui.

Já a Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo) também é contra a greve e reiterou o compromisso legal de colaboração com os órgãos públicos, especialmente em um momento delicado da pandemia de coronavírus.


PEQUENOS BLOQUEIOS FORAM REGISTRADOS NO PAÍS

Breves bloqueios parciais foram registrados em algumas localidades, como, por exemplo, em um trecho da BR-304 próximo a Mossoró, no Rio Grande do Norte. Segundo o próprio Ministério da Infraestrutura, um grupo de manifestantes bloqueou parte da via por cerca de uma hora, sendo necessária a intervenção de policiais rodoviários federais para desobstruí-la. Não houve registro de violência. Já em São Paulo houve manifestação na rodovia Castello Branco durante a manhã.

As entidades líderes do movimento sustentam que a paralisação deve ganhar força ao longo do dia. O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) usou as redes sociais para divulgar vídeos exibindo caminhões parados em estacionamentos à beira de estradas e de pequenos grupos de pessoas protestando em diferentes pontos do país. Representantes dessas entidades alegam que parte dos caminhoneiros que aderiram à paralisação optou por permanecer em casa e, que por isso, não houve grandes bloqueios ou congestionamentos em estradas.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno, escreveu, no Twitter, que “o governo federal respeita as aspirações dos caminhoneiros” e que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, “vão buscar, junto à área econômica, recursos legais para reduzir despesas que recaem sobre esses abnegados trabalhadores, essenciais ao dia a dia do país.”  (Com informações de Agência Brasil).

 
*matéria cedida pelo Portal LR1

 
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