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29/01/2021 às 09h09min - Atualizada em 29/01/2021 às 09h09min

Como era a Lebensborn, "fábrica" nazista de bebês criada para formar a nova elite ariana

HISTÓRIA

HISTORY
Os nazistas ficaram conhecidos por colocar em prática diferentes formas do terror. Eles não apenas utilizaram apenas campos de concentração e extermínio para eliminar milhões de judeus, como também pregavam a eugenia. Um desses programas de "purificação racial" se chamava Lebensborn ("fonte da vida", em tradução livre). Por meio de um método organizado, o alto comando do Terceiro Reich pretendia propagar a raça ariana.

Muito tempo antes do início da Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler, enquanto ocupava o cargo de chanceler, mostrou-se convencido de que o destino da Alemanha seria marcado pela raça e pelo território. Para o Führer, a pureza racial era a principal determinante da história, e os alemães pertenciam a uma raça pretensamente superior. Assim, os nazistas acreditavam que, para sobreviver e propagar a superioridade genética, a Alemanha necessitava aumentar sua população. Foi assim que Heinrich Himmler, chefe da Schutzstaffel (SS) e da Gestapo, e Richard Darré criaram a Lebensborn Eingetragener Verein, uma “fábrica” de bebês utilizada para "purificar" a raça e criar uma nova elite europeia.


Um dos motivos da criação do programa foi o problema demográfico que a Alemanha enfrentava desde o fim da Primeira Guerra Mundial. O conflito havia dizimado a população jovem masculina do país. Quase 2 milhões de soldados alemães nunca voltaram para casa, uma perda que teve consequências terríveis não apenas nos anos imediatamente após 1918, mas também nas décadas seguintes, comprometendo o crescimento populacional do país.

Inicialmente, o projeto Lebensborn parecia modesto: criar uma série de abrigos para oferecer às esposas grávidas de oficiais da SS cuidados de pré-natal e pós-natal gratuitos. As mães e os bebês seriam protegidos enquanto seus maridos faziam funcionar o regime nazista. Além disso, os casais também seriam encorajados a procriar com a maior frequência possível.


Mas os oficiais da SS seriam incapazes de repovoar a Alemanha sozinhos. Então, em 1935, Himmler promoveu uma campanha estimulando mães solteiras (que se encaixassem no perfil racial ariano) a dar à luz em lares Lebensborn. Assim, o regime nazista celebraria o nascimento de qualquer bebê ariano, independentemente do estado civil de seus pais. Se a mãe não estivesse preparada para criar o filho sozinha, o programa a ajudaria a encontrar uma família ariana interessada na adoção da criança.

O Terceiro Reich alemão praticamente tentou transformar a maternidade em um evento olímpico. Para isso, foi criado até mesmo uma "Cruz de Honra da Mãe", dividida em três categorias: bronze, prata e ouro. A classificação mais baixa reconhecia as mulheres que concebessem e criassem pelo menos quatro filhos, enquanto a maior agraciava as mães que tivessem dado à luz a oito ou mais crianças. As "premiadas" recebiam vantagens como subsídios do governo para ajudar a cuidar dos filhos, além de ter acesso especial às melhores carnes em açougues.


Em 1939, os nazistas também começaram a se interessar pelas crianças de territórios europeus invadidos por eles. Estima-se que entre 8 mil e 12 mil crianças tenham nascido em lares Lebensborn apenas na Noruega. Órfãos de cabelos louros e olhos azuis de países como Polônia e Iugoslávia também começaram a desaparecer e reaparecer nas instalações do Lebensborn. Os mais jovens eram colocados para adoção e os mais velhos enviados para internatos de reeducação e "germanização".

Os nazistas destruíram quase todos os documentos do programa Lebensborn quando as forças aliadas se aproximavam da vitória. Acredita-se que cerca de 200 mil vítimas foram separadas de suas famílias. Apesar das atrocidades cometidas, os responsáveis ​​pelo projeto receberam penas menores durante os Julgamentos de Nuremberg.
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