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28/01/2021 às 08h33min - Atualizada em 28/01/2021 às 08h33min

Araçatuba acompanha tendência nacional e tem aumento de casos de depressão e ansiedade

Portal LR1
Foto: Divulgação
Há três anos, em Araçatuba, o primeiro mês do ano tem uma causa especial: orientar a população para os cuidados com a saúde mental. O momento atual é propício para a reflexão. Um levantamento obtido pela Câmara revela que, no município, aumentaram os casos de depressão e ansiedade com o início da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com resposta da Secretaria Municipal de Saúde a um requerimento do vereador Arlindo Araújo (MDB) feito no ano passado, o crescimento é observado desde março de 2020, justamente quando começou a crise sanitária mundial, o que levou as pessoas ao isolamento social como forma de prevenção contra a covid-19.

Os números mostram que, entre janeiro e fevereiro, período pré-pandemia, casos classificados como “episódio depressivo” representavam 35% dos atendimentos no CAPS – III (Centro de Atenção Psicossocial) da Prefeitura. Foram 176 de um total 503 usuários adultos. Já entre março e junho, esse índice chegou a 65% – 327 de 503.


Já em relação os casos de “transtorno depressivo recorrente”, nos dois primeiros meses de 2020, representavam 32%; do começo da pandemia até o final do semestre, chegaram a 68%. Os dados não são muito diferentes quanto à ansiedade. Passou de 36% para 64%, na comparação dos dois intervalos de tempo pesquisados.

Entre crianças, os dados não diferem muito. Conforme dados do CAPSi, que atende o público infantil, entre janeiro e fevereiro, os chamados “episódios depressivos” chegavam a 36%; de março a junho, 64%. No quesito “ansiedade”, passou de 33% para 67% no comparativo. Apenas nos casos de “transtorno depressivo recorrente”, não houve alteração. Em ambos os períodos pesquisados, eles representaram 50% dos atendimentos.

Os dados observados em Araçatuba vão ao encontro de estudos feitos por especialistas que apontam um aumento contínuo de casos de depressão e ansiedade desde o início da quarentena, em março do ano passado. Dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo indicam que, entre março e abril de 2020, o percentual de pessoas com depressão saltou de 4,2% para 8%; dos índices ansiedade, passaram de 8,7% para 14,9%.

INICIATIVA

Em Araçatuba, o chamado “Janeiro Branco” tem o objetivo de incentivar as pessoas a pensar sobre suas vidas, seus relacionamentos e o que fazem para serem verdadeiramente felizes. Na cidade, a campanha faz parte do calendário oficial de eventos do município e é instituída pela lei nº 8.065 de 27 de abril de 2018.

As atividades, tanto na rede pública como na privada, duram até 31 de janeiro. No período, são realizadas palestras, workshop, gincanas, rodas de conversa, promoção de espaços de interação entre usuários do serviço de saúde mental de Araçatuba, como os Caps (Centro de Atenção Psicossocial) i (Infantil), III (adultos) e ad (álcool e drogas), Ceaps (Centro Especializado em Atenção Psicossocial) e funcionários da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

REFLEXÃO

O tema saúde mental foi também a proposta de redação do último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) relatam que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%. A depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial. O Brasil é ainda o país com maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%).

Em todo o país, esta é a oitava edição da campanha, cujo lema é “Todo Cuidado Conta”. A ação deste ano busca promover um pacto pela saúde mental em meio à pandemia da covid-19. A ideia do “Janeiro Branco” foi criada em 2014 por um grupo de psicólogos de Uberlândia (MG) e faz alusão ao início do ano, considerando janeiro como uma “página em branco” para ser preenchida com novas metas, objetivando o bem-estar da saúde mental. Com informações da Agência Brasil.

Dados mostram impactos de doença na economia

De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde), a saúde mental provoca reflexos também na economia, constituindo causa de afastamento do trabalho e caracterizando muitas vezes a pessoa como incapaz.

Pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) sobre o comportamento dos brasileiros durante o isolamento revelou que a prevalência de pessoas com estresse agudo na primeira coleta de dados, realizada de 20 a 25 de março de 2020, foi de 6,9% contra 10,3%, na segunda, efetuada entre 15 e 20 de abril, evoluindo em junho, na sondagem mais recente, para 14,7%.

Para depressão, os números saltaram de 4,2% para 8%, caindo em junho para 6,6%. No caso de crise aguda de ansiedade, o número subiu de 8,7% na primeira coleta para 14,9%, na segunda coleta, ficando em torno de 15%, em junho. O estudo indica também que a questão da vacina contribui para aumentar a ansiedade.

 
*matéria cedida pelo Portal LR1


 
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