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25/11/2020 às 09h26min - Atualizada em 25/11/2020 às 09h26min

Recessão técnica: O que ela significa e qual é a sua relação com o atual contexto econômico do Brasil?

Assessoria de Imprensa, Naves Coelho
Foto: Divulgação
No segundo trimestre de 2020, o PIB brasileiro encolheu 9,7% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Com esse resultado, o Brasil entrou oficialmente em uma recessão técnica, caracterizada pelo declínio do PIB em dois trimestres consecutivos, usando como base de comparação o trimestre imediatamente anterior.

É importante ressaltar, que os impactos do coronavírus no segundo trimestre deste ano resultaram no pior número para o PIB desde o início da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1996.

O que é recessão técnica?

O termo “recessão técnica” é usado para definir o cenário no qual um país apresenta, por dois trimestres consecutivos, quedas no PIB. O resultado de cada trimestre é comparado ao PIB dos três meses anteriores. Assim, a atual recessão em que o Brasil se encontra é definida pela queda de 2,5% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao quarto trimestre de 2020, e o forte declínio de 9,7% registrado no segundo trimestre.

Os decréscimos no PIB, no entanto, não indicam que o país está em uma crise econômica. A expressão “recessão técnica” é empregada, justamente, porque é difícil definir – no momento em que os dados são apresentados – o que é uma queda pontual no PIB e o que é realmente uma recessão econômica.

Impactos do novo coronavírus na economia do Brasil

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, gerou fortes impactos na economia do Brasil ao longo dos primeiros seis meses deste ano. No segundo trimestre, o país registrou a pior queda desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou os cálculos trimestrais para o PIB, em 1996. Até 2020, o maior recuo tinha sido apresentado em 2008, quando o PIB encolheu 3,8% no 4° trimestre daquele ano.

No primeiro semestre de 2020, o PIB doméstico apresentou uma retração de 5,9%, se comparado ao mesmo período de 2019. Usando a mesma comparação, os destaques negativos ficam para os segmentos de indústria e serviços, que caíram 6,5% e 5,9% respectivamente. A agropecuária, por outro lado, expôs um desempenho positivo, crescendo 1,6% no primeiro semestre.

O desempenho negativo do PIB nos primeiros seis meses, com destaque para o segundo trimestre, no entanto, não foi uma grande surpresa para o mercado e o governo, que já esperavam dados ruins para o período.

Recuperação em “V” da economia brasileira

Passados os primeiros meses de pandemia, as projeções para a economia começaram a melhorar. Para analistas do mercado, a atividade econômica deve voltar a crescer já no terceiro trimestre, o que tiraria o Brasil da recessão técnica – o resultado do nível de atividade da economia brasileira, medido entre julho e setembro deste ano, serão divulgados no dia 3 de dezembro.

Caso as projeções se concretizem e o PIB volte a crescer no 3° trimestre, a recuperação do Brasil pode acontecer em “V”, cenário mais desejado.

A letra “V” na trilha das projeções, indica uma rápida recuperação da economia depois de atingir o fundo do poço. Em análises menos positivas, outras letras podem ser usadas, como o “W”, que sugere uma rápida recuperação da economia, porém, seguida de outra recessão.

O “L” também pode ser usado para representar as perspectivas para a economia depois da recessão. Nesse caso, após a queda no nível de atividade econômica é esperada uma estagnação.

No último Boletim Focus, divulgado em 9 de setembro, os analistas voltaram a elevar as expectativas para a retomada da economia. De acordo com a publicação, o PIB deve terminar o ano com uma queda de 4,8%. Nas últimas quatro semanas, a previsão era de queda de 5,03%. 
 
Gabriele Couto, assessora da Atrio Investimentos
 

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