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09/11/2020 às 08h53min - Atualizada em 09/11/2020 às 08h53min

Mulheres representam apenas 9% das candidaturas a prefeito na região

Portal LR1
DISPUTA DIFERENCIADA - Na pequena Lourdes, uma exceção: das três candidaturas ao Executivo, duas são femininas. ( Foto: Reprodução LR1)
Levantamento feito pela reportagem do jornal O LIBERAL REGIONAL junto à base de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) revela que, na eleição municipal deste ano, na região, 9,6% das candidaturas a prefeito são de mulheres. De um total de 125 postulantes ao Executivo nos 43 municípios, mais Lins e Promissão, apenas 12 pertencem ao sexo feminino.

O partido político que mais lançou concorrentes foi o DEM: Maria das Graças Trisóglio Bis, a Daça, em Alto Alegre; Terezinha Varoni, em Coroados; Luciana Dias Rodrigues, em São João de Iracema; e a prefeita de Lourdes, Gisele Tonchis, que tenta a reeleição.

Lourdes, aliás, um dos menores municípios da região, é o único a ter mais candidatas do que candidatos. Na cidade de pouco mais de dois mil habitantes, Gisele tem como adversária Vanuza Maria da Costa (PTB) e o ex-prefeito Odécio Rodrigues (PSDB).

Na sequência, MDB e PSDB lançaram, cada um, duas candidatas. Dentre as emedebistas, Kátia Conceição, em Auriflama, e Cláudia Regina de Brito, em Gastão Vidigal. Do lado tucano, estão a prefeita de Nova Independência, Thauana Duarte, candidata à reeleição; e Maysa Rodrigues da Silva, em Brejo Alegre.

Ainda entre os municípios menores, as demais candidatas são Cecília Ketelhute (PL), em Suzanápolis; e Sofia Pardinho (SDD), em Guararapes. Dentre as cinco maiores cidades da região – Araçatuba, Birigui, Lins, Andradina e Penápolis, que bateram recorde de candidatos a prefeito em 2020 – há somente uma candidata ao posto máximo da hierarquia municipal.

Trata-se da publicitária Laine Martins (PTC), em Araçatuba. No município, que tem oito candidatos, o maior volume de toda a região, ela é a única mulher. Laine chegou a correr risco de ter sua candidatura impugnada. Num primeiro momento, a Justiça Eleitoral chegou a negar o registro de candidatura a ela por falta de documentos considerados essenciais. Após conseguir a regularização do que faltava, sua participação no pleito foi autorizada.

COMPARAÇÃO

O balanço feito pela reportagem permite concluir que o percentual da região está abaixo do registrado em nível nacional. Em todo o Brasil, as mulheres representam 13% das candidaturas a prefeito neste ano. De 19.141 candidatos, 2.496 são do sexo feminino. Outro detalhe que chama atenção é o fato de os nomes delas não serem maioria em nenhum dos 33 partidos.

Outra constatação tem cunho contraditório. Apesar de serem ligeira minoria entre as candidaturas, com base em estatísticas do eleitorado divulgadas pela Justiça Eleitoral, elas terão papel decisivo nas urnas. De acordo com o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo), a maioria do eleitorado paulista é composta por mulheres, 52,9%. Em Araçatuba, maior cidade da região, as mulheres formam 53,7% do eleitorado.

CAMPANHA

A baixa participação feminina na disputa eleitoral é constatada mesmo após uma série de esforços terem ocorrido ao longo dos últimos anos para que esse quadro fosse diferente.

Em recente campanha de rádio e TV, o TSE procurou levar aos eleitores uma nova mensagem sobre a importância de ampliar o espaço das mulheres na política. A voz dessa mensagem foi a atriz global Camila Pitanga, embaixadora da ONU Mulheres no Brasil e ativista sobre o tema.

Com a mensagem “Mais mulheres na política: a gente pode, o Brasil precisa”, a ideia foi inspirar mulheres a ocuparem cargos políticos e mostrar que o aumento de lideranças femininas é bom para toda a sociedade.

Camila Pitanga foi uma das participantes da live promovida pelo TSE no mês passado sobre o assuento. Durante o primeiro debate da série Diálogos Democráticos, que também teve a participação da filósofa, escritora e professora Djamila Ribeiro, da senadora Simone Tebet e a mediação do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, ela afirmou que era uma honra debater esse ponto nevrálgico, não apenas na política brasileira, mas no mundo.


Em Araçatuba, lei que busca conscientizar não funciona na prática
 

Em agosto do ano passado, foi instituída por lei, em Araçatuba, a campanha permanente “A Mulher na Política”, a ser desenvolvida durante todo o ano, especialmente em março, “mês da mulher”. O objetivo é incentivar a participação feminina na atividade política local. Ao apresentar esse projeto, seu autor, Denilson Pichitelli (PSL) usou como argumento o “Mapa Mulheres na Política 2015”, da ONU, que colocou o Brasil nas últimas posições, em uma lista de 188 países, quanto à presença de pessoas do sexo feminino na política.

“A sociedade araçatubense não pode se conformar com o elevado déficit de participação das mulheres na política: assim, com a presente campanha, buscamos aumentar significativamente a atuação das mulheres nos partidos políticos e nas disputas eleitorais”, disse o parlamentar, ao justificar sua proposta, em 2019.

No entanto, nenhuma ação de efeito prático no sentido de promover a conscientização sobre o tema foi feita na cidade.


Nomes lançados variam entre conhecidas e novatas
 

Dos 12 nomes femininos lançados à corrida eleitoral nas cidades da região, há uma variação entre novatos e conhecidos.

Apesar de ser uma das mais jovens prefeitas do Estado, com 32 anos de idade, Thauana tenta chegar ao segundo mandato em Nova Independência. A reeleição também está no foco de Terezinha Varoni, em Coroados, e Gisele Tonchis, em Lourdes.

Em Guararapes, Sofia Pardinho disputa o cargo de prefeita pela segunda vez. A primeira foi em 2008, quando ficou em terceiro lugar.

Dentre os nomes mais jovens, estão justamente o de Laine, em Araçatuba, e de Maysa, em Brejo Alegre.

 
*matéria cedida pelo Portal LR1
 



 
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