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28/09/2020 às 11h14min - Atualizada em 28/09/2020 às 11h14min

Após 'cotas' para negros nas eleições, mais de 20 mil candidatos 'mudam de cor'

Há receio de que ocorra o mesmo fenômeno de candidaturas laranjas das cotas para mulheres

Assessoria de Imprensa
Lembram dos escândalos envolvendo candidaturas laranjas femininas, ligados às chamadas cotas de gênero? Esse ano foram instituídas cotas raciais em molde similar. Por um "acaso do destino", dados da Justiça Eleitoral indicam que pelo menos 21 mil candidatos que concorreram em 2016 mudaram sua declaração de cor nas Eleições de 2020, a maioria de "branco" para "pardo". Quem imaginaria uma coisa dessas?

Por mais de uma vez alertamos que a instituição de cotas com base em critérios subjetivos como sexo ou cor da pele não corrigem "dívida histórica" nenhuma. A inclusão de mulheres e negros na política deve ocorrer por um processo orgânico de conscientização. Do contrário nenhuma ação afirmativa será eficaz, e ainda pode abrir portas para fraudes como candidaturas laranjas.

No caso das cotas de gênero, há um percentual obrigatório que os partidos políticos devem preencher, além de destinação de recursos do fundo eleitoral e de tempo de propaganda diferenciadas. As cotas raciais, por enquanto, não obrigam a um número mínimo de candidatos negros nos partidos, mas estipulam a divisão proporcional dos recursos do fundo e do tempo de propaganda entre brancos e negros.

Qual a consequência disso? Uma vez que a inclusão não ocorre de forma orgânica, espontânea, mas sim para atender à pressão de regras eleitorais, o foco dos partidos não é encontrar os melhores candidatos, com as melhores propostas. O objetivo é preencher as cotas, sem real intenção de eleger àqueles candidatos. É o que normalmente ocorre quando a participação é imposta, e não decorre do livre convencimento daquelas minorias que se busca trazer para o debate político.

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