AtaNews Publicidade 728x90
18/09/2020 às 13h36min - Atualizada em 18/09/2020 às 13h36min

Equipes de veterinários chegam no Pantanal para ajudar animais feridos

O número de focos de incêndios está 188% maior que a média histórica.

Anda
Reprodução: João Falcão. Fonte: El País.
O Grupo de Resgate Animal do UNI-BH, em parceria com o Grupo de Resgate de Animais em Desastres, enviou uma equipe de quinze veterinários voluntários ao Pantanal para auxiliar no resgate e no atendimento emergencial dos animais.

Coordenada por Aldair Woyames – doutor em patologia investigativa, vice-presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais e vice-presidente da Sociedade Mineira de Medicina Veterinária –, a equipe trabalha incansavelmente.

O grupo de resgate também conta com outros veterinários, bombeiros e alunos de medicina veterinária. Os profissionais voluntários adicionais foram convocados pelo CRMV-MG e pelo CRMV-MT.

Aldair conta que há pouco compromisso para com o resgate e o salvamento das espécies do Pantanal. “A quantidade de pessoas trabalhando, soldados empenhados, é muito pequena. Apesar de termos sido bem recebidos (…), podemos perceber que a quantidade de pessoas empenhadas é baixa, inclusive na área de veterinária”, reforça.

De acordo com os registros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Pantanal já bateu o recorde histórico de queimadas para todo o mês de setembro. A última vez em que houve incêndios tão numerosos e intensos no bioma foi em 2007. “A destruição é inacreditável e incalculável”, lamenta Aldair.

Em conjunto com a ONG Ampara, nos últimos dias, o grupo de Aldair tem feito uma quantidade crescente de resgates, incluindo uma onça pintada, pacas, lontras, ariranhas, viados e inúmeras aves. “Apesar disso, o número de animais encontrados mortos é muito maior”, alerta o doutor. As mortes são causadas tanto pelo fogo em si, quanto pelos danos causados pelos incêndios.

Nesta quinta-feira (17), Jair Bolsonaro disse que “o Brasil está de parabéns” pela luta travada em prol da preservação do meio ambiente. As congratulações, no entanto, parecem distantes do compromisso de realmente proteger a fauna e a flora do Pantanal.

“Não vejo nenhum esforço do poder público. Eu estive lá, vi com meus próprios olhos e nada está sendo feito. (…) O Pantanal está destruído”, declara Woyames.

Aldair reforça que o trabalho braçal deve ser realizado por pessoas que tenham treinamento para tal, pois a falta de conhecimento técnico pode ocasionar mais danos à natureza, além de colocar a própria vida em risco. “(…) estamos recolhendo doações para os voluntários que já estão lá. O dinheiro é revertido para ajudar os animais”, conclui.

Se você quiser colaborar ativamente, doações estão sendo recolhidas pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais nas redes sociais.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »