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23/07/2020 às 10h57min - Atualizada em 23/07/2020 às 10h57min

Museu descobre anotação escondida em sapato de criança morta no campo de Auschwitz

Segunda guerra mundial

HISTORY
Museu de Auschwitz
Uma descoberta excepcional aconteceu durante trabalhos de reparo em sapatos de prisioneiros de Auschwitz. Dentro de um calçado infantil, os restauradores do museu dedicado ao campo de concentração encontraram uma anotação. A mensagem continha informações a respeito de uma criança.

Na anotação, feita a mão na parte interna do calçado, havia o nome e o sobrenome da criança e o número de registro dela na lista de transporte de prisioneiros (Ba 541). Amos Steinberg nasceu em 26 de junho de 1938 e morava em Praga. Em 10 de agosto de 1942, ele foi preso junto com seus pais Ludwig e Ida no Gueto Theresienstadt. Todos foram deportados para Auschwitz.

Foto: Museu de Auschwitz

"De acordo com documentos, sabe-se que a mãe e o filho foram deportados para Auschwitz na mesma viagem em 4 de outubro de 1944. É provável que ambos tenham sido assassinados na câmara de gás após o processo de seleção. Podemos presumir que ela provavelmente fez questão que o sapato de seu filho fosse identificado. O pai foi deportado em outra viagem. Sabemos que ele foi transferido de Auschwitz para Dachau em 10 de outubro de 1944. Ele foi libertado no subcampo de Kaufering", disse Hanna Kubik, do Museu de Auschwitz.

Foto: Museu de Auschwitz

Além da anotação com os dados de Amos Steinberg, os restauradores encontraram preciosidades em outro calçado infantil. Nele, foram achados documentos em húngaro. “Já tínhamos feito descobertas parecidas em sapatos de nossas coleções, mas tratava-se principalmente de jornais, que costumavam ser usados como palmilhas ou forro adicional. Essa descoberta é preciosa e interessante, pois os documentos foram preservados em boas condições e contêm datas, nomes das pessoas envolvidas e legendas manuscritas. Eles datam de 1941 e 1942", acrescentou Hanna Kubik.

Esses documentos pertenciam a pessoas que provavelmente moravam em Munkacs e Budapeste. “Alguns deles são documentos oficiais, um fragmento de uma brochura e um pedaço de papel contendo um nome. Os nomes Ackermann, Brávermann e Beinhorn aparecem nos papéis. Provavelmente foram deportados para Auschwitz na primavera ou no verão de 1944 durante o extermínio de judeus húngaros. Espero que uma pesquisa mais aprofundada nos permita determinar detalhes a respeito dos indivíduos. Os documentos descobertos serão preservados e enviados à coleção junto com o sapato", completou Kubik.
 
Ao todo, cerca de 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas durante o Holocausto.

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