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20/05/2020 às 15h15min - Atualizada em 20/05/2020 às 15h15min

A construção civil é um serviço essencial? Entenda o que defendem os dois lados

A pandemia criou um debate em que coloca a economia de um lado e a saúde do outro. Veja as posições quando o assunto é o funcionamento do mercado imobiliário

Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
No dia 7 de maio, o presidente da República, Jair Bolsonaro, ampliou a lista de serviços essenciais que devem continuar funcionando durante a quarentena. Entre eles, está a construção civil, responsável pela produção de novas casas e prédios em todo o país.
 
Desde o início da pandemia causada pela COVID-19, poucas obras interromperam o funcionamento. Com o decreto, há permissão para que o trabalho nos canteiros continue. No entanto, muitas pessoas ainda questionam se a construção civil deveria ser considerada um serviço essencial.
 

Importância para a economia

O mercado da construção civil registrou avanços consideráveis no início do ano. O crescimento nas vendas alcançou 25,9% quando comparado aos primeiros 2 meses do ano anterior. Já o número de lançamentos tive uma marca de 34,6% no comparativo. Após 2 anos de retração, a recuperação estava indo bem.
 
Entretanto, isso mudou com a chegada da pandemia. Com a quantidade crescente do número de casos e de mortes no Brasil, há um temor rondando o futuro desse mercado. Por isso, muitos defendem a continuação das obras, como uma maneira de evitar impactos maiores no pós-pandemia.
 
A recuperação da construção civil estava atrelada à taxa Selic atrativa. Porém, agora, serão necessárias mais medidas para manter o mercado imobiliário em alta. Nesse sentido, a Caixa Econômica Federal anunciou um pacote para estimular o setor em meio à crise.
 
A importância econômica da construção civil está relacionada à missão de reduzir o deficit habitacional, por ser um setor com alta empregabilidade. São mais de 2 milhões de profissionais com carteira assinada. Quando os informais entram na conta, o número supera os 6 milhões.
 
A recuperação do setor também abre mais postos de trabalho, ajudando na diminuição do desemprego no país. Para manter as atividades, as construtoras anunciaram que estão seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. Dessa forma, os profissionais têm acesso a máscaras e álcool em gel.
 
Outra justificativa utilizada para caracterizar o setor como essencial é porque suas atividades não lidam diretamente com o público. Assim, os riscos de contágio diminuem. As empresas também afirmam que os colaboradores que fazem parte do grupo de risco foram afastados.
 
Mesmo assim, o setor ainda não está satisfeito. Apesar das obras estarem liberadas, a reclamação gira em torno dos fechamentos dos estandes, onde a venda dos imóveis acontece efetivamente. Profissionais do setor pedem que as negociações nesses locais sejam liberadas.
 

O que diz o outro lado

Aqueles que são contra a categorização da construção civil como serviço essencial estão focados na segurança dos trabalhadores. Como os profissionais trabalham lado a lado nos canteiros, não há como garantir que o contato entre eles irá diminuir.
 
Vale ressaltar que, em muitos casos, os trabalhadores são transportados em grupos nas obras. Isso gera uma aglomeração dentro do ônibus e cria um ambiente de baixo grau de salubridade, situação propícia para a propagação da doença.
 
Além disso, em muitos casos não há a utilização de equipamentos de proteção, como máscara e luvas. Mesmo quando existe a oferta desses produtos, eles podem não ser suficientes para evitar a doença, já que não se sabe o comportamento do vírus e já se estuda a sua presença no ar.
 
Outro ponto que deve ser levado em consideração é que, ao se deslocarem para chegar ao ambiente de trabalho, os profissionais acabam sendo expostos. Então, o argumento principal contra o funcionamento das obras está relacionado com a saúde do trabalhador que, em condições normais, já é negligenciada no setor.
 
Ou seja, o objetivo é evitar que os profissionais sejam colocados em uma situação de risco desnecessária. Também há aqueles que comparam a construção civil com o comércio, afirmando que se um teve que parar o outro também deve. Afinal, se não há como fazer o trabalho remotamente, não se deve colocar o trabalhador nas ruas.

 
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