AtaNews Publicidade 728x90
07/05/2020 às 14h50min - Atualizada em 07/05/2020 às 14h50min

Quais mudanças a indústria da carne pode sofrer após a pandemia do coronavírus?

Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
O surto do novo coronavírus, que surgiu no final do ano passado na China, ultrapassou os limites do continente asiático e se instaurou em, praticamente, todo o mundo. Com isso, diversos setores têm sido obrigados a se adaptarem.
 
Um dos mercados que já vinha sentindo os impactos dessas mudanças é o que lida com animais . Se, em um primeiro momento, a crise chinesa na produção de carnes poderia beneficiar outros países, a exemplo do Brasil, agora, a pandemia instaurou uma situação mais global e urgente para todos.
 
O que resta, agora, é verificar quais são as possibilidades desse mercado em meio à pandemia, bem como de que forma essa indústria pode se movimentar para lidar com um problema de dimensões tão grandes, como é o novo coronavírus.
 

Brasil e China

Em um primeiro momento, quando a epidemia do novo coronavírus ainda estava restrita à região da China, especulava-se que o Brasil seria beneficiado com isso, exatamente, porque os chineses estavam restringindo o transporte de animais vivos para limitar a circulação do vírus.
 
Com a perda do mercado de aves e de carne suína, o gigante asiático teria que recorrer às importações para lidar com o desabastecimento no país e é nesse sentido que os produtores brasileiros sairiam ganhando.
 
Em fevereiro deste ano, Francisco Turra, o então presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em entrevista ao jornal O Globo, foi muito otimista ao falar do assunto. Ele explicou que “o coronavírus faz da segurança alimentar um pilar fundamental na China, que buscará produtos seguros”.
 
Essa segurança, obviamente, seria no Brasil. O que ninguém esperava era que, pouco menos de um mês, o novo coronavírus chegaria ao país e causaria tanto impacto, como o que tem sido observado nos últimos tempos.
 

Mudanças

Com o avanço da doença pelo mundo, chegando ao Brasil em meados de março, as incertezas presentes nas relações entre comércio e alimento têm crescido cada vez mais.
 
O fechamento de fábricas, bem como uma maior preocupação no manejo de animais para abate, são algumas das mudanças que surgem como reflexo da pandemia do novo coronavírus.
 
Os impactos já podem ser percebidos, por exemplo, nas vendas do atacado e varejo de carne bovina, em que os chamados “cortes nobres” já têm registrado uma retração significativa.
 
Até o início do mês de abril, 11 plantas frigoríficas em todo o país já estavam paralisadas. Outro impacto foi a desvalorização do arroba bovino ao produtor, de 3,5% entre 30 de março a 3 de abril.
 
Muito disso tem a ver com medidas tomadas para conter o avanço do coronavírus no Brasil, a exemplo do fechamento de restaurantes e bares, tendo como consequência a redução na compra desses produtos. Atualmente, o mercado de carnes é mantido, majoritariamente, pelo cliente doméstico.
 

Futuro cercado por incertezas

Assim como toda a cadeia produtiva, o mercado de carnes também atravessa um período de muitas incertezas em meio à pandemia do novo coronavírus e isso inclui o Brasil. No entanto, especula-se, por exemplo, uma queda no consumo de carnes ao nível mundial, com menor impacto para a carne de frango.
 
É o que prevê Alexandre Giehl, analista do setor de carnes do Cepa/Epagri. Ele explica que “é provável que haja uma redução no consumo global de carnes, tendo em vista os impactos da COVID-19 sobre a economia e levando em consideração que as carnes são sensíveis ao efeito elasticidade-renda”.
 
Nesse cenário, a carne de frango seria a menos afetada “por ser a mais competitiva em termos de preços”, segundo Giehl. Com a normalização chinesa após o surto da doença, esse mercado tende a melhorar em pouco tempo.
 
Contudo, ainda não é possível traçar com precisão quais serão os próximos capítulos dessa história. Apenas dá para dizer que todos os setores, governos e países terão que se adaptar e promover medidas mais severas de segurança enquanto essa pandemia durar.

 
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »