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19/03/2018 às 16h10min - Atualizada em 19/03/2018 às 16h10min

Órgãos estudam protocolo de atendimento de emergência a animais

O objetivo é elaborar um fluxo de atendimento e de trabalho entre todos os órgãos públicos em caso de ocorrências envolvendo animais.

ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais
Cão foi resgatado pela ONG Afocato (Foto: Franciele Mota)
O atendimento de emergências envolvendo animais voltou a ser assunto numa reunião em Toledo (PR). Representantes do Corpo de Bombeiros, Secretaria do Meio Ambiente, Conselho do Meio Ambiente, Conselho de Defesa e Proteção Animal, Secretaria de Segurança e Trânsito, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Associação Focinhos Carentes de Toledo (Afocato) e Ministério Público se reuniram na sede do Corpo de Bombeiros para trabalhar na elaboração de um protocolo de atendimentos emergenciais a animais.

“O foco é estabelecer um fluxo de atendimento e de trabalho entre todos os órgãos públicos em caso de ocorrências envolvendo animais, como maus-tratos, atropelamentos, abandono, especialmente domésticos que são os casos mais recorrentes. Também será dada atenção para animais silvestres”, cita a 3ª Promotoria de Justiça.

CHAMADOS
Todos os dias a central de atendimento do Corpo de Bombeiros recebe pelo menos um chamado fora das competências da corporação. O tenente Luciano Merlo comenta que esse tipo de ocorrência é muito frequente, e ressalta o trabalho da corporação. “Os bombeiros atuam em casos de emergência e urgência, a função é prestar socorros públicos. Quando somos chamados para outros serviços como resgate de animais, nós não temos para onde levar esses animais”, comenta ao citar um exemplo comum na cidade.

ESTUDO
Este terceiro encontro deu continuidade ao estudo para definir esse protocolo de atendimento, como por exemplo, determinar qual órgão que vai fazer os atendimentos de acordo com a situação. “É preciso definir o papel de cada órgão responsável, como vai ser esse atendimento”, complementa o tenente.

Entre as atividades desse grupo de estudo está o trabalho de tabulação de dados, coleta de ocorrências pelo Corpo de Bombeiros, secretarias, quantidade de animais resgatados, quais os bairros com mais ocorrências para estudar a dimensão do trabalho. “É um trabalho que vai ser longo, que exige um planejamento e estamos trabalhando para organizar esse protocolo de atendimento”, complementa o tenente Merlo.

DIRECIONAMENTO
O professor de ciências biológicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC) campus Toledo Julio Daniel do Vale participou da reunião representando a Câmara Técnica de Fauna e Flora do Conselho do Meio Ambiente. Ele comenta que um dos principais avanços foi o acesso ao histórico de atendimentos do Corpo de Bombeiros envolvendo animais nos últimos dez anos. “Com esse banco de dados vimos que do volume de ocorrências 44% são de cachorros. Diante desse histórico, nó pegamos dados de outras instituições e estamos trabalhando numa forma de atendimentos para os diferentes casos”, conta o professor.

Ele enfatizou que o protocolo vai direcionar o atendimento quando a comunidade solicitar. “Agora conseguimos vislumbrar o tamanho do problema e mapear as situações. A ideia é que quando tiver ocorrência, que possamos direcionar ao órgão certo”, finaliza.

ANIMAIS
A Associação Focinhos Carentes de Toledo (Afocato) recebe uma média de 15 pedidos de ajuda por dia. Os pedidos chegam principalmente via redes sociais e os mais graves são casos de animais atropelados. Em média, cinco cachorros morrem nas ruas de Toledo vítimas de atropelamento.

A vice-presidente da associação participou da reunião de estudo do protocolo de atendimento de emergências envolvendo animais junto com órgãos envolvidos no assunto. Ela acredita que juntando os dados do Corpo de Bombeiros com as ocorrências do Conselho Municipal de Proteção e Defesa aos Animais (CMPDA) e da Afocato, os números podem ser maiores. “Esse protocolo que está se criando já havia pensando no conselho e vem para agregar. Nós precisamos conversar com as pessoas que tem conhecimento das causas, é preciso regulamentar essa situação e chegar a um consenso e assumir a problemática”, comenta a vice-presidente da Afocato Maria lúcia Gollmann.

Na associação o trabalho é feito por voluntários que trabalham no atendimento aos animais que são atropelados, que estão doentes ou com filhotes. “Eles fazem o tratamento do animal, dão vacinas, realizam cirurgias quando necessário através de parcerias com clínicas na cidade e encaminham para um novo lar esse animalzinho. Nós resgatamos um animal e fazemos a ponte para auxiliar na adoção”, conta.

Mesmo com todo esse trabalho de resgate, cuidados e adoção, a Afocato ainda recebe solicitações de pessoas que não querem mais o animal. A vice-presidente reforça que a associação procura orientar a pessoa a ficar com animal ou ajudar a divulgá-lo para adoção. “O que a gente não quer que esses animais fiquem na rua”, finaliza.
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