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27/03/2020 às 15h38min - Atualizada em 27/03/2020 às 15h38min

Como a ciência explica a eficiência do sabão e do álcool contra o coronavírus

HIGIENIZAÇÃO

HISTORY
Com a pandemia de COVID-19, muita gente tem procurado se informar a respeito da forma mais eficiente para manter as mãos e superfícies limpas. Sabão e álcool têm o mesmo efeito para eliminar o vírus? Qual a diferença entre álcool gel e álcool líquido na prevenção da doença? Confira a abaixo, como a ciência explica essas questões:
Como o sabão age para "matar" o coronavírus?

Os especialistas salientam que lavar as mãos com água e sabão é a opção prioritária para se prevenir contra a doença. O sabão é eficiente porque consegue destruir o envelope que reveste os vírus, que é composto de gordura, "matando" esses organismos. O vírus é uma nanopartícula cujo ponto mais fraco é justamente a camada lipídica (gordurosa) que o envolve. O sabão dissolve essa membrana adiposa, fazendo com que o vírus se desfaça e "morra" (ou melhor, se torne inativo, pois os vírus não são propriamente seres vivos). Isso acontece porque o sabão é composto por moléculas de dois lados. Um lado é atraído pela água, enquanto o outro é atraído pela gordura. Assim, ao interagir com o vírus, as moléculas do sabão arrancam seu revestimento de gordura. Mas para que a higienização seja eficiente, é necessário que as pessoas lavem as mãos por ao menos 20 segundos.

O álcool tem a mesma eficiência do sabão contra o coronavírus?

Sim, o álcool com concentração de 70% também tem a mesma eficácia que o sabão contra o coronavírus. Seu uso é recomendado como alternativa em situações nas quais a pessoa não tem acesso imediato à água e sabão. Estudos demonstram que o álcool 70% é o ideal para alcançar ação antimicrobiana, que age contra bactérias, fungos e vírus. Nessa concentração, o álcool desidrata a parede celular dos microrganismos, penetrando em seu interior e desnaturando as proteínas, fazendo com que eles percam suas atividades biológicas. Sua forma em gel é mais segura por ser menos inflamável. Em 2002, a Anvisa havia proibido a venda de álcool 70% em forma líquida nos supermercados devido ao grande número de acidentes domésticos, restringindo sua comercialização. Entretanto, o órgão liberou temporariamente a venda para o público em geral para suprir a demanda causada pela pandemia do novo coronavírus.

E quanto ao álcool em outras concentrações, qual é seu grau de eficiência?

Em soluções de graduação alcoólica muito superiores, ao contrário do que o senso comum espera, a eficácia é menor. Isso se explica pelo fato de a evaporação ser mais rápida, diminuindo o tempo de contato do álcool com o vírus e, também, devido à necessidade de água para conduzir o álcool ao interior da célula do microrganismo. Sem a água ou com água em baixas proporções, o álcool desidrata o microrganismo sem matá-lo. Já na concentração 46,2%, comumente disponível no mercado, o álcool é insuficiente para inativar o vírus.

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