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27/03/2020 às 15h17min - Atualizada em 27/03/2020 às 15h17min

A confiança do empresário para investimentos cai pela primeira vez em oito meses

Apesar da queda, ainda há otimismo no mercado. Veja as expectativas para cada setor e os impactos do novo coronavírus.

Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
Depois de seguir em alta por oito meses, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) registrou queda de 0,5 ponto, no mês de fevereiro, ficando em 97,2. O índice consolida a confiança de quatro setores: indústria, comércio, serviços e construção. A queda na expectativa é mais expressiva nos últimos dois.
 
O período de pesquisa foi de 3 a 21 de fevereiro e 4.356 empresas foram consultadas. A pontuação varia de zero a cem e quando está acima de 50 indica a confiança dos empresários em novos investimentos. Por isso, mesmo com a queda de fevereiro, em relação ao mês anterior, ainda pode-se dizer que eles seguem otimistas.
 
Outro indicador que merece atenção são as médias móveis trimestrais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE). A tendência é ascendente e teve avanço de 0,6 ponto.
 
Outros dois índices são importantes: o ISA-E, que mede a percepção dos empresários sobre os negócios, teve queda de 0,6 ponto, ficando em 92,8 pontos, pelo segundo mês consecutivo. Já o Índice de Expectativa, IE-E, recuou 0,3 ponto e alcançou 101,5 pontos.
 
Entretanto, os números permaneceram perto dos 100, mantendo-se na zona de neutralidade. Enquanto isso, o comércio avançou pelo terceiro mês seguido, caminhando no sentido contrário dos outros setores, que estão mais pessimistas.

Confiança no setor industrial cai

Após registrar três altas seguidas, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) teve queda de 0,5 ponto, em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Com isso, ficou em 64,8 pontos.
 
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 a 12 de fevereiro e contou com a colaboração de 2.393 empresas. A pontuação atual do ICEI está dez pontos acima da média histórica. Na comparação com o mesmo mês, no ano anterior, está 0,3 ponto maior.
 
Assim como nos índices anteriores, por estar acima dos 50 pontos, percebe-se um otimismo dos empresários. Isso significa que eles seguem dispostos a aumentar o número de contratações, investimentos e produção.
 
Segundo o levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), enquanto a confiança do empresário industrial aumentou 0,2 ponto, nas pequenas empresas, ela diminuiu de 0,5 e 0,9 ponto, nas médias e grandes.
 
Os dados foram comparados com os números do mês anterior. Outra informação que chama a atenção é o aumento de 0,9 ponto na confiança do empresário do Centro-Oeste. As demais regiões apresentaram quedas.

Coronavírus

Quando os dados das pesquisas foram coletados, ainda não tinha sido decretada a pandemia do novo coronavírus, causador da doença COVID-19. O vírus está alterando a rotina de boa parte dos países, gerando abalos nos mercados globais.
 
Com início na China, o epicentro da doença, migrou para a Europa. Países como Itália e Espanha registram grandes números de infectados. Além disso, a contaminação já chegou nas Américas, África e Austrália.
 
Com o avanço do vírus, populações estão sendo colocadas em quarentena, fronteiras estão sendo fechadas e não há uma previsão concreta de quando o cenário irá se estabilizar.
 
As medidas são focadas em conter a disseminação da doença, mas os impactos na cadeia de suprimentos e economia serão grandes. Isso porque fábricas e centros comerciais estão sendo obrigados a parar. Os grandes eventos também estão sendo remarcados e a população deve ficar em casa. 
 
A situação é inédita e sem precedentes. Por isso, é difícil prever os números de 2020 a partir de agora. Acontecerá uma desaceleração da economia global e alguns analistas avaliam que a dimensão da crise pode ser maior que a registrada em 2008.
As bolsas, em todo o mundo, registraram baixas e perdas históricas. O medo de uma recessão global tem feito com que os bancos reduzam taxas e de juros. Medidas de estímulo também devem acontecer, mas o pânico segue prevalecendo.

 
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