Coronavírus faz juíza mandar Eduardo Cunha para prisão domiciliar

A juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, determinou a progressão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB/RJ) para o regime de prisão domiciliar. O ex-congressista tem 61 anos, logo, pertence ao chamado grupo de risco, mais afetado pela pandemia de COVID-19 que levou ao isolamento social em vários Países do mundo.

A magistrada destacou o caráter “absolutamente excepcional” e temporário da medida, que só valerá enquanto durar a crise do coronavírus, ou enquanto o estado de saúde de Cunha justificar cuidado especial. Ela determinou que o ex-deputado seja monitorado por meio do uso de tornozeleira eletrônica. O ex-parlamentar está preso preventivamente desde de outubro de 2016 e responde a processos por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo desvios de recursos da Petrobras.

Hardt autorizou o recebimento de visitas de parentes de até terceiro grau, advogados constituídos nos processos penais e pessoas que constem de uma relação de uma 15 nomes que precisam ser aprovados pelo Ministério Público Federal (MPF). Cunha também está proibido de participar de eventos sociais em sua residência. Nesse momento, o ex-presidente da Câmara está internado no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, por conta de uma cirurgia. A decisão passa a valer quando ele receber alta médica.

Na decisão, a juíza explicou que a progressão “extraordinária” de regime levou em conta a desoneração de gastos do Estado durante a crise de saúde. Presos precisam ser escoltados quando têm de ir a hospitais e audiências. Outros detentos célebres foram beneficiados por decisões judiciais decorrentes da pandemia, como o operador financeiro Dario Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros”, e o operador do mensalão, publicitário Marcos Valério de Souza.