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16/03/2018 às 09h24min - Atualizada em 16/03/2018 às 09h24min

ADEUS, TIO ARNALDO: Câncer no fígado tira a vida do pediatra Arnaldo Francisco Júnior, que tanto se dedicou às crianças

Política e Mais
Foto: Divulgação

Morreu na tarde desta quinta-feira (15), em Araçatuba, o pediatra Arnaldo Francisco Junior, aos 54 anos, vítima de câncer de fígado. Ele estava internado no Hospital Unimed Araçatuba havia 60 dias.

Segundo seu único filho, Samuel Francisco, em uma postagem no Facebook, Dr. Arnaldo sucumbiu sem dor, estava sedado, inconsciente, e assistido por amigos médicos com quem trabalhou por anos.

Arnaldo Francisco Junior era um médico vocacionado. Atendeu durante muitos anos na UBS (Unidade Básica de Saúde) do TV, na UTI Neonatal da Santa Casa de Araçatuba, no Hospital Unimed Araçatuba e em seu consultório, na rua Sergipe, (este, quando esteve em reforma, funcionou temporariamente na rua Rio de Janeiro e na avenida dos Estados).

Infelizmente, por causa da doença, parara de clinicar havia alguns meses, para a tristeza de muitas mamães, bebês e crianças que nele tinham total confiança. Dr. Arnaldo era daqueles médicos apaixonados pela profissão, com uma capacidade clínica invejável, certeiro nos diagnósticos. Não fazia questão de vestir branco, ao contrário, em sua simplicidade, estava sempre de camisa colorida ou estampada, calça jeans e uma chinela de couro. Deixa, agora, muitos pais, mães e pacientes órfãos de seu conhecimento e zelo.

Para alguns, era o tio bravo que exigia sempre o melhor para a saúde dos pequenos. E isso incluía, muitas vezes, puxar a orelha de mamães e papais que por um motivo ou outro negligenciavam nos cuidados com seus filhos, fosse na higiene pessoal ou até mesmo ao dar um remédio sem prescrição, ainda que na melhor das intenções.

Na realidade, sua seriedade transformava-se em doçura ao não medir esforços em garantir sempre o tratamento mais eficaz para a cura de seus pacientes. Fossem rico ou pobre, os pequenos tinham sempre o mesmo atendimento. Haja vista a quantidade de mães que faziam questão de que seus filhos por ele fossem atendidos na UBS do TV.

Era humano, amava o que fazia, se desdobrava para conquistar a confiança de seus pequeninos. Lembro-me de uma passagem marcante em que levei minha filha com sete aninhos de idade para ser consultada no pronto-socorro da Santa Casa com o tio Arnaldo, que estava de plantão na UTI Neonatal da Santa Casa e desceria para consultar a pequena que estava com princípio de pneumonia. Isso foi em 2001.

Ao chegar à recepção do PS, ouviu gritos e choros de uma criança que se recusava a entrar no hospital com medo de injeção. Era a minha filha, aterrorizada com tal possibilidade. Pois o tio Arnaldo, todo paramentado com a roupa da UTI, não se fez de rogado. Sentou-se na calçada com a paciente chorosa e deu a sua palavra de que poderia confiar nele, pois daquela vez, não haveria injeção. Confiante, ela entrou de mãos dadas com o tio Arnaldo, se deixou consultar e, dias depois, estava curada.

Seu carinho para com ele era tamanho que foi difícil convencê-la, anos depois, de que o tio Arnaldo não poderia mais consultá-la, pois já tinha 18 anos. Esta é apenas uma das muitas histórias que tivemos o privilégio de presenciar ao conviver com um médico humano e extremamente capacitado. A exatidão nos diagnósticos, o cuidado nas investigações dos casos mais complicados, a dedicação no acompanhamento das recuperações. Tio Arnaldo, descanse em paz.

O sepultamento está marcado para as 17h desta sexta-feira (16), no Cemitério Saudade. Dr. Arnaldo deixa a esposa Ana e o filho Samuel.


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