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20/03/2020 às 16h21min - Atualizada em 20/03/2020 às 16h21min

Gripe espanhola foi a pandemia mais letal da história, causando 50 milhões de mortes

HISTÓRIA

HISTORY
National Museum of Health and Medicine e The National Library of Medicine, via Wikimedia Commons
A pandemia de gripe espanhola de 1918 foi a mais letal da história, matando 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Ao todo, houve 500 milhões de infectados, cerca de um terço da população do planeta na época. No Brasil, a doença causou cerca de 35 mil mortes.

A gripe espanhola foi causada por uma cepa do vírus Influenza A, do subtipo H1N1. Embora não se saiba exatamente a sua origem, ela foi observada pela primeira vez em março de 1918 nos Estados Unidos, na Europa e em partes da Ásia, se espalhando para quase todo o planeta em questão de meses. A doença ganhou esse nome porque a Espanha foi um dos países mais afetados pelo vírus (até o rei Afonso XIII foi contaminado).

Um aspecto incomum da gripe espanhola foi que ela atingiu muitos jovens saudáveis, grupo normalmente resistente a esse tipo de doença infecciosa. Vários militares que combatiam na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) não resistiram à enfermidade. Estima-se que mais soldados dos EUA morreram infectados pelo vírus do que nos campos de batalha durante aquele conflito sangrento.

FOTO: National Museum of Health and Medicine e The National Library of Medicine, via Wikimedia Commons

Quando a gripe espanhola se espalhou, médicos e cientistas não sabiam como tratá-la. Em muitos lugares, autoridades impuseram quarentenas e ordenaram que os cidadãos usassem máscaras. Locais públicos, como escolas, igrejas e teatros foram fechados. As pessoas também foram aconselhadas a evitar apertar as mãos e a ficar em ambientes fechados.

Inicialmente, o Brasil acompanhou a doença à distância, somente por meio dos jornais. A população brasileira não parecia se preocupar muito com a gripe espanhola, por acreditar que ela não chegaria ao país devido à distância do continente europeu. Mas não havia motivo para otimismo: em setembro de 1918, o navio inglês Demerara, vindo de Lisboa, desembarcou com pessoas infectadas em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. 

No mesmo mês, desembarcou em Recife uma divisão naval brasileira que havia sido enviada para patrulhar a costa atlântica da África durante a Primeira Guerra. Em Dacar (no atual Senegal), os marinheiros haviam sido expostos à doença, que matou mais de cem deles (número superior ao de brasileiros mortos no conflito). Em pouco tempo, os casos de gripe começaram a se espalhar pelo Brasil. A vítima mais célebre da doença foi o presidente Rodrigues Alves, que morreu infectado pelo vírus em 1919. Eleito para um segundo mandato no final do ano anterior, ele nem chegou a assumir.

No decorrer de 1919, a gripe espanhola perdeu força e parou de fazer vítimas no mundo. Não se sabe ao certo o motivo do fim da pandemia. Uma das causas pode ter sido o desenvolvimento de anticorpos por parte da população sobrevivente. Especula-se ainda que o vírus pode ter sofrido algum tipo de mutação e ter se tornado menos letal.

FOTO: ​ National Museum of Health and Medicine e The National Library of Medicine, via Wikimedia Commons

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