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19/03/2020 às 15h03min - Atualizada em 19/03/2020 às 15h03min

Março Amarelo: Endometriose atinge ao menos 15% das mulheres brasileiras

Apesar de comum, a endometriose não tem cura, apresenta sintomas severos e diagnóstico pode demorar

Assessoria de Imprensa, Naves Coelho
Foto: Divulgação
Cólicas fortes, sangramentos, dores ao urinar e em relações sexuais, menstruações prolongadas, diarreia, fadiga e infertilidade. Esses são alguns dos sintomas da endometriose, doença exclusiva das mulheres que impulsiona o crescimento do endométrio, tecido responsável pelo revestimento na parede do útero, em outra região do corpo, deixando o útero deformado.

Quando visualizada em estatísticas, os números da endometriose são alarmantes e refletem a doença como um problema de saúde pública. Conforme dados do Ministério da Saúde, uma a cada seis mulheres brasileiras sofrem com a doença. Isso representa ao menos 6 milhões de pacientes, ou cerca de 15% da população feminina do Brasil. O risco pode ser maior entre mulheres que tiveram o primeiro filho após os 30 anos de idade.

“Apesar de ser uma doença comum, a endometriose não tem cura, sua gravidade pode ser alta e seus sintomas afligem severamente as mulheres. Tudo acontece quando o endométrio, provavelmente, na região externa do útero ou em outros órgãos próximos ao útero como os ovários, intestino, reto, bexiga e até em alguns nervos. Entretanto, esse tecido também pode crescer em outras partes do corpo, como o diafragma, a pleura e os pulmões, o que acarreta outros tipos de endometriose”, esclarece o médico ginecologista e coordenador do Núcleo Integrado de Pesquisa e Tratamento da Endometriose do Hospital Felício Rocho, João Oscar Falcão Júnior.

Um agravante quanto a doença está relacionada ao diagnóstico. Em estimativas internacionais, o tempo médio até a realização do diagnóstico pode ser superior a oito anos. “Para a mulher, esse atraso é terrível. A endometriose, além do impacto na qualidade de vida associada a dor crônica, pode causar infertilidade e geralmente a anomalia é diagnosticada entre 25 e 35 anos. Caso a paciente tenha enfrentado o quadro muito jovem e o diagnóstico atrase, existem chances dela de nunca poder ter um filho”, alerta o médico.

Em vista dos graves desdobramentos da doença, da estatística desfavoráveis e da dificuldade de diagnóstico, o mês de março é reservado pela comunidade médica para conscientização da endometriose. Tratado como “Março Amarelo”, a iniciativa visa criar uma ferramenta para disseminação do conhecimento acerca do tema ajudando a diminuir o impacto negativo que a falta do cuidado adequado pode produzir na qualidade de vida das mulheres.

Prevenção

A doença não tem cura, mas pode ser controlada com alguns hábitos saudáveis de vida. “Manter uma boa alimentação, praticar atividades físicas, realizar consultas regulares ao ginecologista são ações necessárias para evitar os agravantes da endometriose. É importante que as jovens mulheres, logo que passem pela puberdade, já comecem a realizar exames preventivos. Quanto antes a doença for diagnosticada, mais rápido o tratamento pode ser aplicado”, esclarece Dr. João Oscar.

Tratamento

O tratamento mais recomendado é o medicamentoso, mas também há casos cirúrgicos. “Para promover a melhora dos sintomas e impedir o avanço da doença, alguns medicamentos, como hormônios, são recomendados. Outra recomendação é o tratamento cirúrgico por videolaparoscopia. Com o tratamento, é possível eliminar focos de endometriose, reduzindo os sintomas, aumentando a chance de engravidar e, além de tudo, preservando os órgãos”, contextualiza o médico do Hospital Felício Rocho.
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