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27/02/2020 às 15h55min - Atualizada em 27/02/2020 às 15h55min

Psiquiatra explica comportamento da população diante de uma epidemia

Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
A epidemia de coronavíru, decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) agora no início de 2020, não é a primeira e nem será a última pela qual o mundo vai passar. Desde a Peste Negra, na Idade Média, até a Gripe H1N1, passando pela convivência diária e constante com a dengue, a população mundial tem sofrido com essas doenças que vêm e vão. Mas, de que forma as pessoas reagem aos surtos, epidemias e pandemias? De que modo isso tudo afeta o comportamento dos indivíduos?
 
“Epidemias de doenças mexem com o imaginário das pessoas e as fazem mudar o comportamento. Se o surto está, aparentemente, distante, muitas vezes vira motivo de piadas, de memes pela internet. Por outro lado, se os casos começam a ficar mais próximos, como  que foi confirmado recentemente no Brasil, as pessoas tendem a se preocupar e a se desesperar”, afirma o médico psiquiatra Júlio Dutra, presidente da Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ). De acordo com ele, não há motivos para pânico. “Ao contrário, se todos, com calma, adotassem as medidas simples de prevenção, não seria necessário tanto desespero.”
 
Os meios de comunicação, em geral, melhoraram a postura durante a cobertura de epidemias como a do corona vírus. Afinal, a mídia tem papel importante tanto na hora de ajudar a prevenir quanto no momento de alarmar a população. “A imprensa ajuda a problematizar as informações transmitidas pelos governos e órgãos oficiais. Questiona a dimensão das epidemias e analisa bem a situação. O problema hoje em dia está nas redes sociais, um território fértil para as notícias falsas, com capacidade para alarmar desnecessariamente”, afirma o psiquiatra.
 
Um exemplo: notícias falsas sobre o coronavírus fizeram máscaras desaparecerem das farmácias antes mesmo de o país ter registrado qualquer caso. O mesmo aconteceu em 2009 durante a pandemia da Gripe H1N1. “Na realidade, medidas simples de prevenção já seriam suficientes, como evitar contato próximo com infectados, lavar frequentemente as mãos e cobrir mãos, nariz e boca na hora de espirrar ou tossir”, ressalta Júlio Dutra. A reação das pessoas, de acordo com o presidente da APPSIQ, é, em muitos casos, desproporcional à realidade.
 
Dengue

Na periculosidade e proximidade, a dengue está numa escala muito maior que o coronavírus, por exemplo. Entretanto, é a epidemia com origem na China que preocupa mais. “Perceba que o comportamento da população está muito mais anestesiado com a dengue, que é um problema próximo, diário e constante, do que com o coronavírus, que está distante e, se for como as outras epidemias, será passageiro”, afirma o psiquiatra. A preocupação das pessoas, de acordo com ele, deveria ser o contrário.
 
 
Júlio Dutra é médico psiquiatra com clinica em Faxinal e Apucarana, especialista em saúde pública; em auditoria, regulação, sistemas e serviços em saúde; em medicina do tráfego; em psiquiatria; e pós-graduado em medicina do trabalho. Desde janeiro de 2020 é presidente da Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ), para o triênio 2020-2022.

 
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