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24/02/2020 às 16h24min - Atualizada em 24/02/2020 às 16h24min

Ioga ajuda a aliviar sintomas da depressão

YahNotícias
Foto: Divulgação
Uma pesquisa da Boston University School of Medicine, nos Estados Unidos, revela como a ioga age na cabeça. Em termos fisiológicos, que fique claro.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 264 milhões de pessoas são afetadas pela doença ao redor do globo. “Níveis adequados de GABA deixam a pessoa mais tranquila. Ele exerce um efeito ‘ansiolítico’”, explica Rui Afonso, doutor em neurociências pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e professor de ioga e meditação. “Até onde sabemos, esse é o primeiro estudo que correlaciona GABA, ioga e sintomas de depressão.”

Os pesquisadores americanos avaliaram 30 pacientes depressivos. Eles foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Ambos praticaram uma modalidade de ioga, a Iyengar, e uma técnica de respiração, a coerente (respirar cinco vezes por minuto). “A lyengar ioga é uma modalidade que deriva de uma linha bem tradicional chamada de hatha ioga. Ela tem como característica a utilização de posturas (ásanas), exercícios de respiração (pranayamas) e meditação”, explica Afonso. A Iyengar tem uma precisão muito grande quanto à postura do aluno. “Assim, uma de suas particularidades é a utilização de acessórios para deixar o corpo do praticante mais alinhado, biomecanicamente correto”, diz o professor. 

“A atenção sustentada é que vai diferenciar a ioga de uma ginástica”, continua. Nesse segundo caso, fazemos os movimentos e os exercícios para o corpo. O processo cognitivo não é importante. Na ioga, a percepção do momento presente é muito importante: as posturas não são realizadas para o corpo, mas por meio dele.  

Durante três meses, parte dos voluntários fez três sessões de ioga por semana e os outros participantes, duas. Todos foram submetidos a um exame de imagem, a ressonância magnética, antes da primeira aula e depois da última. “Por meio da ressonância, é possível observar as alterações, a estrutura e as funções cerebrais sem necessidade de exame mais invasivo”, conta Afonso. Em outras palavras, com o paciente acordado, dá para enxergar o efeito neurobiológico da ioga. Como é uma prática contemplativa que requisita o sistema cognitivo, o cérebro vai estar em pleno funcionamento durante sua execução. 

Os resultados apontaram que ambos os grupos apresentaram melhoras depois de 90 dias de prática. A análise da ressonância magnética por imagem revelou que os níveis de GABA depois deste período ficaram elevados em comparação a antes do início das sessões, por aproximadamente quatro dias após a última aula. Mas esse aumento não foi mais verificado nos oito dias seguintes. Segundo os pesquisadores, fornecer dados baseados em evidências pode ser útil para fazer com que as pessoas experimentem a ioga como uma estratégia para aprimorar sua saúde e bem-estar. 
 
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