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06/02/2020 às 10h22min - Atualizada em 06/02/2020 às 10h22min

Câncer de pulmão e os riscos do tabaco

Doença enfrentada pela apresentadora Ana Maria Braga é até 15 vezes mais recorrente entre fumantes

Dr. Octávio de Castro Menezes Cândido
Assessoria de Imprensa, Naves Coelho
Foto: Divulgação
A recente notícia de que Ana Maria Braga foi novamente diagnosticada com câncer de pulmão reacendeu o alerta para os riscos do tabaco. A apresentadora integra mais de 80% dos quase 2 milhões de novos casos anuais no mundo, segundo a União Internacional para o Controle do Câncer – no Brasil, a estimativa é de 31 mil diagnósticos por ano, conforme o Instituto Nacional do Câncer. Embora o histórico familiar e a poluição ambiental também sejam fatores de risco, o fumo chega a aumentar a incidência em até 15 vezes.

E não se trata apenas do cigarro. Moda entre os jovens brasileiros, o narguilé, uma espécie de cachimbo de água, potencializa o efeito cancerígeno, pois sua fumaça possui quase 150 substâncias tóxicas, como a nicotina, o monóxido de carbono, o arsênico e o chumbo. “Uma hora inalando este tabaco aromatizado e colorido equivale a fumar em torno de cem cigarros”, relata o médico oncologista Octávio de Castro Menezes Cândido, do Instituto de Oncologia do Hospital Felício Rocho.

Entre os sintomas de câncer de pulmão estão: tosse persistente e com sangue, falta de ar progressiva, dor torácica, perda de peso e de apetite e infecções pulmonares recorrentes, como bronquite e pneumonia. “Em geral, porém, eles são tardios e se manifestam apenas quando a doença já está em quadro clínico avançado. Mas a detecção precoce é importantíssima para possibilitar maior chance de tratamento”, diz Dr. Octávio. O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, como raio X do tórax, tomografia computadorizada e broncoscopia (endoscopia respiratória).

O tratamento varia conforme o tipo e a agressividade do câncer. Nos últimos anos, um grande avanço na área é a imunoterapia, o tratamento utilizado por Ana Maria Braga. As drogas utilizadas regulam o sistema imunológico do paciente, tirando as travas da imunidade e fazendo com que o próprio organismo combata o câncer. Os resultados são muito bons: entre 25% a 30% dos pacientes com linfomas e neoplasias de pulmão considerados até então incuráveis conseguem controlar a doença e viver por muito tempo.

Outros métodos variam entre indicação cirúrgica, em pacientes com tumores localizados e sem linfonodo aumentado na região entre os dois pulmões; e na associação de quimioterapia ou radioterapia, para casos localizados no pulmão em si e nos linfonodos. “Por fim, as situações de metástase são tratadas com quimioterapia ou terapia-alvo, uma nova classe de drogas que reconhecem a célula tumoral e agem diretamente nela, com mais eficiência e menos toxicidade”, descreve o oncologista.
 
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