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12/03/2018 às 10h26min - Atualizada em 12/03/2018 às 10h26min

Câmara decide 2ª Feira se Dilador pode fazer empréstimo para prolongar Pompeu de Toledo: dívida deve passar de R$ 20,6 mi

Alessandra Nogueira
Política e Mais
Foto: Reprodução

A Câmara Araçatuba decide na sessão da próxima segunda-feira (12), se autoriza ou não o prefeito Dilador Borges (PSDB) a obter, por meio de empréstimo, recursos da Desenvolve SP (Agência de Fomento do Estado de São Paulo) para prolongar a avenida Joaquim Pompeu de Toledo até a rodovia Marechal Rondon (SP-300).

A proposta, que rendeu discussão acalorada quando começou a tramitar no Legislativo deve proporcionar novos embates entre parlamentares favoráveis e contrários. Isso porque o financiamento proposto é de R$ 13.048.986,45, com taxas de juros de 9,5% ao ano, prazo de financiamento de até 72 meses (contados a partir da assinatura do contrato) e carência de até 12 meses, com juros pagos trimestralmente.

O Política e Mais publicou em 27 de fevereiro que, conforme cálculos do o professor de matemática Ronaldo José Rosa Júnior, a primeira parcela (só de juros), com a carência de um ano, seria em torno de 10% do capital emprestado, ou seja, R$ 1.304.898,64. Em 72 meses, o valor gasto pelo município, só com o pagamento de juros, seria de R$ 7,6 milhões. Números que indicam que a proposta do chefe do Executivo prevê a criação de uma dívida de que deve superar a casa dos R$ 20,6 milhões, a ser para pela população no decorrer dos próximos anos.

Conforme o projeto apresentado à Câmara, o empréstimo custearia as obras e serviços de infraestrutura, canalização de córrego e pavimentação asfáltica. O plenário aprovou a tramitação na Casa, mas a matéria sofreu críticas de alguns vereadores.

AGIOTAGEM

Na ocasião, o vereador Arlindo Araújo (PPS), que foi eleito pela coligação de Dilador e é colega de partido da vice-prefeita Edna Flor (PPS), lembrou que a taxa Selic está em 6,75% ao ano, portanto, bem abaixo dos 9,5% dos juros previstos no contrato que o prefeito quer firmar com o Estado.

“O governador do Estado de São Paulo, que é do mesmo partido do prefeito, quer ajudar Araçatuba assim, emprestando dinheiro, fazendo agiotagem em cima do município?”, questionou Arlindo, que nesta semana foi criticado pelo prefeito Dilador Borges pelas cobranças que faz em seus discursos na Câmara.

O tucano disse que Arlindo atua com hipocrisia e que em sete mandatos nunca trouxe recursos para Araçatuba, demonstrando claro desconhecimento de que buscar dinheiro para a cidade não é atribuição do parlamentar mas sim do chefe do Executivo. Dilador chegou a dizer que Arlindo “não sabe o que fala”.

PROMESSA DE ALCKMIN

Quem também criticou a proposta de empréstimo foi o vereador Cláudio Henrique da Silva (PMN). “Na campanha eleitoral, o Alckmin prometeu ao Dilador que abriria as portas do Palácio dos Bandeirantes e que iria ajudar Araçatuba. É desse jeito que ele está ajudando o prefeito, emprestando dinheiro a 9,5% de juros?”, perguntou.

Como a proposta de Dilador prevê um empréstimo que pode gerar uma dívida superior a R$ 20,6 milhões, a tendência é que a apreciação e votação do projeto não ocorra de forma tranquila.

Nos bastidores da Câmara, o que se percebe é que os vereadores estão divididos em aprovar o financiamento obra em um trecho de pouco mais de dois quilômetros da avenida Pompeu de Toledo enquanto outros bairros da cidade continuarão sem asfalto ou cheios de buraco.

A tendência, por conta disso, é que o resultado da votação se dê por “efeito manada”. Ou seja, os parlamentares devem pender para aprovar ou rejeitar a proposta conforme foram dados os primeiros votos em plenário.
 


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