16/09/2019 às 10h29min - Atualizada em 16/09/2019 às 10h29min
Polícia investiga se incêndio em Alter do Chão, no Pará, foi criminoso
Prefeito diz que há suspeita de que pessoas estariam devastando a área para comercializar lotes na região turística.
Huff Post
Imagens da floresta em chama, à beira do rio Tapajós, foram reproduzidas nas redes sociais.( Foto: Eugênio Scannavino) A Polícia Civil investiga a causa de um incêndio em área de proteção ambiental de Alter do Chão, destino turístico do Pará, iniciado neste sábado (14) e que se agravou neste domingo (15).
As chamas só foram controladas no início da noite de ontem, quase 24 horas após o início. Cerca de 50 homens incluindo brigadistas, comunitários, agentes da Secretaria de Meio Ambiente e militares do Exército e do Corpo de Bombeiros, participaram dos trabalhos para conter a destruição.
Um novo foco descoberto neste domingo era em uma ilha próxima a Ponta de Pedras, local de de mata fechada e difícil acesso. Por estar perto do rio, o vento atrapalhou o trabalho dos agentes, ao espalhar as chamas. No local não há sinal de telefone celular, o que também prejudicou a atuação.
O governo do Pará solicitou ao Comando Militar do Norte deslocamento de aeronaves e reforço da Força Nacional.
Nesta segunda, o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), anunciou um reforço se profissionais na região. Ele também disse que o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, prometeu acionar o Ministério da Defesa.
O incêndio atingiu a vila balneária de Alter do Chão, chegou até a rodovia Everaldo Martins e afetou também a comunidade Ponta de Pedras.
O episódio gerou comoção. Imagens da floresta em chamas, à beira do rio Tapajós, foram reproduzidas nas redes sociais.
Autor de uma das imagens, o médico Eugênio Scannavino, do projeto Saúde & Alegria, a ONG Brigada de Alter, em parceria com ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, promoveu curso de treinamento de brigadistas anti-incêndio para 15 voluntários na última semana.
A polícia investiga a causa do início do fogo, que teria sido ateado por uma pessoa da comunidade Ponta de Pedras. “Existe linha de investigação de que pessoas estariam devastando a área para comercializar lotes e ocupar de forma clandestina a reserva”, afirmou à Folha o prefeito da cidade, Nélio Aguiar (DEM).
O tenente coronel Tarcísio, comandante do 3º BPM afirmou que um grupo integrado com representantes dos órgãos de segurança foi montado para iniciar as investigações para apurar as causas do incêndio.