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21/08/2019 às 10h25min - Atualizada em 21/08/2019 às 10h25min

“Eu não quero submeter o meu filho a um fracasso”, afirmou Bolsonaro sobre indicação à embaixada

Será que o bom senso vai prevalecer, ainda que proveniente do Senado?

MBL NEWS
O presidente Jair Bolsonaro declarou  ontem que poderia rever a indicação do seu filho 03 ao cargo de embaixador brasileiro em Washington, nos Estados Unidos.

A mudança no tom de Bolsonaro ocorreu após a Consultoria do Senado Federal interpretar a possível indicação do presidente como nepotismo.

A constatação um tanto quanto óbvia não agradou Bolsonaro, que atribuiu o resultado ao viés político dos parlamentares.

“As consultorias, elas agem de acordo com o interesse do parlamentar. É igual na redação, que vocês aprenderam. ‘Faça uma matéria sobre Jesus Cristo’. Você pergunta: ‘Contra ou a favor?’. Assim que vocês aprendem na universidade. Aqui é a mesma coisa. Então, tem um viés político na questão. O que vale para mim é a súmula do Supremo dizendo que nesse caso não é nepotismo”, afirmou o presidente.

Bolsonaro ainda classificou o cargo como sendo um “cartão de visita”, justificando a falta de competências para que o filho ocupe a posição. “Para ser presidente, tenho que entender de saúde, educação e economia? É impossível”, finalizou.

Ao menos na visão de quem os escreve, o presidente deveria sim entender de todos os temas envolvendo a gestão de um país. O fato de não ter tais conhecimentos e assumir abertamente deveria ser considerado uma vergonha (já passamos pela mesma glorificação da ignorância com o ex-presidente e atual presidiário) e não carregado como uma medalha.

O mesmo vale para o “carguinho” nos Estados Unidos para o próprio filho. Ainda que o Supremo que temos torne coisas absurdas “legais”, o mínimo do bom senso evidencia que seria uma decisão imoral e faz com que os eleitores do presidente revejam sua imagem de íntegro.

Bolsonaro terminou as declarações com mais uma pérola: “Você, por exemplo, está noivo. A noiva é virgem. Vai que você descobre que ela está grávida. Você desiste do casamento? Na política, tudo é possível. Eu não quero submeter o meu filho a um fracasso. Acho que ele tem competência. Tudo pode acontecer.”

Entre as metáforas desnecessárias e confusas, uma coisa fica clara: a imagem que Bolsonaro tem das competências do filho não deveria se misturar às suas obrigações como presidente.

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