Foto: Divulgação A obesidade no Brasil chegou ao nível recorde em 2018. Uma pesquisa que monitora o estilo de vida e alimentação do brasileiro, conduzida pelo Ministério da Saúde, revelou que 19,8%% da população brasileira está obesa ― o que representa a maior porcentagem observada na pesquisa, que começou a ser realizada em 2006. Nestes 13 anos, a porcentagem de obesidade deu um salto de 67,8%.
Os dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostram que a doença apresentava taxa estável nos últimos 3 anos, com cerca de 18,9% da população, e agora voltou a subir.
A nova taxa se deve sobretudo ao crescimento da obesidade entre adultos de a 34 anos (alta de 84,2%) e de 35 a 44 anos (81,1%). Entre homens e mulheres, elas apresentaram obesidade ligeiramente maior, com 20,7%, em relação aos homens (18,7%).
A obesidade é considerada uma doença por órgãos internacionais e nacionais de Saúde uma vez que ela está associada a diversas complicações, como infartos, AVC, cânceres, diabetes, hipertensão, problemas articulares, problemas de sono, depressão, entre outros.
Além da obesidade, aumentou a taxa da população com sobrepeso. Em 2018, mais da metade dos brasileiros está com o peso acima do recomendado (55,7%). A taxa representa um aumento de 30,8% em comparação com o percentual de 42,6% em 2006.
Para avaliar a obesidade e o excesso de peso, o Ministério da Saúde considerou o IMC (Índice de Massa Corporal) dos brasileiros consultados pela pesquisa, que foi feita por telefone com 52.395 pessoas maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, entre fevereiro e dezembro de 2018. Foram feitas perguntas sobre hábitos alimentares, exercícios, peso e outros dados relacionados à saúde.
Hábitos mais saudáveis Na contramão do excesso de peso do brasileiro, os hábitos alimentares mudaram de forma positiva ao longo dos últimos anos da pesquisa.
O destaque é o consumo regular de frutas e hortaliças que cresceu 15,5% nos últimos 10 anos, passando de 20% para 23,1%, ao passo que o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu mais da metade entre 2007 e 2008 (53,4%) entre os adultos ouvidos.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda cinco porções diárias de frutas, verduras e legumes em, pelo menos, cinco vezes na semana.
A prática de atividade física também aumentou. Cerca de 38,1% dos brasileiros praticaram algum exercício no tempo livre, pelo menos 150 minutos na semana, em 2018. Os homens (45,4%) são mais ativos que as mulheres (31,8%).
Ao mesmo tempo, a porcentagem de brasileiros sedentários diminuiu em 13,8% em 9 anos. O percentual de inatividade entre as mulheres foi 14,2%, enquanto entre os homens, foi de 13% em 2018.