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24/02/2018 às 19h37min - Atualizada em 24/02/2018 às 19h37min

Cuidado, cidadão que paga imposto em dia, você pode ter diante de sua casa um ‘lixão’ disfarçado de ‘ecoponto’

Política e Mais
A instalação de ecopontos em locais estratégicos de Araçatuba já rendeu a primeira polêmica entre munícipes e Prefeitura. Moradores do bairro Antônio Pagan e adjacências se queixam que uma área outrora destinada a um local de lazer deve virar em breve um dos ecopontos que o Executivo pretende criar na cidade.

Dentre as principais reclamações da população destes locais está a falta de esclarecimento por parte do governo de Dilador Borges (PSDB) e Edna Flor (PPS) quanto às garantias de segurança e preservação ambiental. Conforme os moradores, em momento algum eles foram informados da instalação, que começou nesta semana, com o assoreamento da área por máquinas do poder público. Não há prazo para a instalação definitiva.

Segundo o morador do bairro Taane Andraus Pedro Dorival Begoti, que mora praticamente em frente à área verde, a Prefeitura não satisfação alguma para os moradores. “Chegaram limpando tudo e afirmaram que vão cercar para o ecoponto, o que na minha opinião será um ponto de lixo. Não aceitamos essa falta de consideração do poder público, pois pagamos em dia nossos caros impostos”, afirma.

A esposa dele, Rute Begoti, conta que a limpeza da área começou repentinamente no início de fevereiro. Segundo ela, os próprios funcionários que faziam a limpeza do local disseram que estavam
cumprindo ordens da Secretaria do Meio Ambiente. “Os funcionários não falaram diretamente que seria um ecoponto, mas descobrimos que se tratava disso. Até pensávamos que iriam limpar para algo referente à qualidade de vida da população, mas infelizmente é o contrário”, afirma.

PROMESSAS

Conforme ele, em campanhas eleitorais passadas os políticos prometiam transformar o local em área de lazer. “A área é bonita. E todos os candidatos a prefeito, inclusive o atual, prometeram a instalação de aparelhos de academia e outras atividades de lazer. Será que não pensam que um ecoponto desvaloriza os nossos imóveis? Não existem lugares mais viáveis?” questiona.

Begoti ainda teme pela infestação de animais peçonhentos e qualidade do solo. “Os moradores estão com medo de que suas casas tenham escorpiões, ratos, baratas e outros animais. Vão destruir uma área bonita a troco de que? Queremos abraçar o nosso verde”, afirma o morador, fazendo uma comparação com o programa Abrace o Verde, recém-lançado pelo Executivo.



MOBILIZAÇÃO

Begoti ainda diz que os moradores já estão se manifestando a respeito da construção. Segundo ele, centenas de populares dos bairros Antônio Pagan, Taane Andraus e Jardim Universo –os mais afetados- já estão participando de um abaixo-assinado, que será entregue aos vereadores na sessão da Câmara da próxima segunda-feira (26).

“Já procuramos as autoridades e manifestamos a preocupação com a construção do ecoponto. Que garantias temos que não irá se repetir os quadros de sujeira de outros lugares? Então já estamos empenhamos nessa luta e gostaríamos que os demais moradores vestissem essa camisa”.

Dentre os procurados pelos moradores estão o secretário de Meio Ambiente, Petrônio Pereira Lima, a própria vice-prefeita e parlamentares como o vereador Arlindo Araújo (PPS).

POSICIONAMENTO

Ainda conforme os moradores, o Executivo argumenta, de acordo com contato feito por populares com o poder público, que a construção de ecopontos irá seguir as tendências sustentáveis realizadas em outras cidades, como a manutenção do verde, a coleta periódica dos resíduos e ainda um responsável que fique diretamente no local para zelo. Em contato com eles, membros da Prefeitura ainda alegam que as construções atendem orientações judiciais.

LIXÃO

Outra queixa dos moradores diz respeito a outros pontos ilegais de descarte na região do bairro Antônio Pagan. Segundo eles, carroceiros e populares descartam lixo, entulho e até móveis velhos em locais como as proximidades do córrego Machado de Melo, no Jardim Monterrey, e no final do Jardim Universo.

Eles dizem que uma das alegações da Prefeitura é justamente conscientizar os moradores para que não descartem materiais nestes pontos ilegais, e sim no ecoponto. “Duvidamos que isso aconteça, pois estamos cansados de ver maus exemplos. Quem garante que não virão pessoas de má-fé no ecoponto para descartes ilegais? Cerca não garante mais segurança de nada? E com relação a coleta? Irão de fato obedecer certa frequência? Queremos lazer e qualidade de vida, e não lixo”, indaga um morador que pediu para não ser identificado.

Uma reunião do secretário do Meio Ambiente com os moradores está agendada para a quinta-feira (1), à tarde, na sede da secretaria.
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