19/06/2019 às 15h58min - Atualizada em 19/06/2019 às 15h58min
Turismo no inferno radioativo
UCRÂNIA SOVIÉTICA
HISTORY
Em 26 de abril de 1986, na antiga Ucrânia soviética, acontecia o infelizmente famoso acidente de Chernobyl. Um teste falho de segurança foi o que causou a explosão do quarto reator da central nuclear Vladímir Ilich Lenin.
Hoje, a paisagem que circunda a antiga usina nuclear é aterrorizante. A localidade de Pripyat, na qual chegaram a morar 50 mil pessoas, em sua grande maioria trabalhadoras da usina, é atualmente uma cidade-fantasma, com cenários pós-apocalípticos, entre o abandono e a vegetação crescida. O local permanecerá inabitável por milênios, já que os elementos radiativos provenientes da explosão levarão 24 mil anos para desaparecer.
O curioso é que, em virtude da estreia de uma série televisiva que relata o acidente de Chernobyl, o turismo a essa região aumentou enormemente. Segundo agências de viagem, as visitas à fábrica e à cidade de Pripyat cresceram cerca de 40%. O tour guiado custa 100 dólares por pessoa.
A temida Zona de Exclusão (2600 km2 ao redor do reator número 4, que explodiu) foi liberada para visitação desde 2002, mas a segurança sobre essas visitas ainda é fonte de dúvidas. As agências de turismo fornecem máscaras e medidores de radiação aos turistas. Além disso, é proibido encostar em qualquer coisa ou ser vivo, seja uma parede, um objeto abandonado, uma planta, um animal ou uma pedra do chão
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No passeio, os turistas saem de ônibus do centro de Kiev até Chernobyl, um caminho de cerca de 120 quilômetros. Há uma parada para visitar o monumento às vítimas e alguns povoados abandonados. Depois, os turistas se aproximam do reator número 4, que está coberto por uma cúpula de metal, e terminam o dia com uma visita a Pripyat.
Além das questões envolvendo a segurança, há o debate sobre a ética daqueles que visitam o local.
Muitos turistas postam nas redes sociais fotos descontraídas e desafiando não só as regras de seguranças como o respeito em memória as vítimas das tragédia, seja tirando a roupa no local ou tocando as superfícies contaminadas por níveis mortais de radiação. Confira algumas a seguir: