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31/05/2019 às 09h11min - Atualizada em 31/05/2019 às 09h11min

Manifestantes saem às ruas em mais de 80 cidades contra bloqueio de verbas na educação

São Paulo e Rio de Janeiro registram os maiores protestos. É a segunda manifestação a favor da educação em menos de 2 semanas.

Huff Post
Foto: Divulgação
Manifestantes voltaram às ruas de mais de 80 cidades em 21 estados e no Distrito Federal nesta quinta-feira (30) em protesto contra o bloqueio de verbas na Educação. Em São Paulo, uma das maiores concentrações registradas, uma grande faixa com os dizeres “O Brasil se une pela Educação” foi estendida no Largo da Batata.

Segundo a UNE (União Nacional dos Estudantes), o protesto em São Paulo chegou a reunir 150 mil pessoas. Não havia estimativa oficial da polícia até a publicação deste texto.

Os protestos em São Paulo e no Rio de Janeiro tiveram início no fim da tarde. Por volta das 18h, os manifestantes começaram a deixar o Largo da Batata, pela Avenida Rebouças, em direção à Avenida Paulista.

No Rio, uma multidão se reuniu em frente à Candelária e seguiu pelas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, tomando boa parte da pista, em direção à Cinelândia. A UNE fala em 100 mil pessoas nas ruas no Rio.

Em Brasília, o protesto ocorreu no fim da manhã e, apesar de ter ocorrido de forma pacífica, terminou em tumulto e com duas detenções. Enquanto os manifestantes seguiam do Museu da República em direção ao Congresso, houve um momento de tensão entre manifestantes e policiais militares e os últimos usaram spray de pimenta contra o grupo.

Um grupo queimou um boneco representando o presidente Jair Bolsonaro em frente ao prédio do Ministério da Educação.

Segundo estimativa da UNE, a manifestação em Brasília reuniu cerca de 20 mil pessoas, mas a Polícia Militar diz que 1.500 foram às ruas na capital.

Capitais do Nordeste, como Salvador e Recife também registraram uma quantidade expressiva de manifestantes.

Entre a multidão que se reuniu em São Paulo, havia muitos professores e estudantes, mas também representantes de sindicatos, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), e de partidos, como o PSTU e a União da Juventude Socialista (UJS, juventude do PCdoB).

Essa é a segunda vez em duas semanas que os manifestantes saem às ruas contra o bloqueio de verbas na educação.

Na primeira, no último dia 15, os protestos atingiram 146 cidades em 26 Estados e no Distrito Federal.

Os protestos desta quinta-feira ocorrem 4 dias depois das manifestações pró-Bolsonaro do último domingo, tiveram atos registrados em 156 municípios. Entre as pautas dos manifestantes que saíram às ruas em apoio ao presidente, estavam a defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, mas também críticas ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

No último dia 15, Bolsonaro classificou os manifestantes que protestavam contra os cortes na Educação de “idiotas úteis”. No domingo, o presidente disse que “exagerou”. “Eu exagerei, concordo, exagerei. O certo são inocentes úteis. São garotos inocentes, nem sabiam o que estavam fazendo”, afirmou.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, divulgou um vídeo em sua conta no Twitter em que afirma que o governo respeita os protestos, ao mesmo tempo que afirma que o ministério recebeu denúncias de que professores estariam coagindo alunos a participarem dos atos.

“Este governo acredita que as manifestações democráticas e pacíficas são um direito de todos os brasileiros: contra, a favor”, disse o ministro.

“O que não pode acontecer é coação de pessoas, que em um ambiente escolar público, criem algum constrangimento aos alunos a participarem dos eventos. Nós estamos aqui recebendo no MEC cartas e mensagens de muitos pais de alunos citando explicitamente que alguns professores, funcionários públicos, estão coagindo os alunos ou falando que eles serão punidos de alguma forma caso eles não participem das manifestações. Isso é ilegal, isso não pode acontecer”, afirmou.

Weintraub pediu ainda que alunos que estejam sendo vítimas desta suposta coação encaminhem as provas ao ministério para que sejam tomadas “as devidas providências legais”.
 
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