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18/05/2019 às 15h30min - Atualizada em 18/05/2019 às 15h30min

Tiro com arco atrai praticantes em Araçatuba

Esporte começou a ser praticado no ano passado, no recinto de exposições Clibas de Almeida Prado e grupo agora quer formar equipe para representar a cidade em competições oficiais

Assessoria de Imprensa, Marcelo Teixeira
Quem passa perto do recinto de exposições Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba (SP), às segundas-feiras à noite pode estranhar as luzes ligadas do pavilhão comercial. Ali, flechas voam em direção a alvos colocados a 18 metros de distância, disparadas por pelos praticantes de um esporte que chegou recentemente à cidade, o tiro com arco, popularmente conhecido como arco e flecha. O grupo se reúne no primeiro dia útil da semana, das 19h às 22h, e tem a pretensão de formar uma equipe para representar a cidade em competições oficiais da CBTA (Confederação Brasileira de Tiro com Arco).
 
As aulas para iniciantes começaram em agosto de 2018, por meio de uma parceria do SIRAN (Sindicato Rural da Alta Noroeste) com o técnico Reinaldo Macari, de São José do Rio Preto (SP). Quinze alunos participaram das atividades teóricas e práticas, que foram finalizadas em dezembro. Depois disso, um terço da turma decidiu continuar com os treinos, sendo que dois fizeram questão de adquiriram arcos profissionais. Todos os equipamentos são disponibilizados por Macari (arco, flecha, braçadeira, dedeira, alvo).
 

O técnico ressalta que a prática do tiro com arco apresenta grande amplitude de idade (em Araçatuba, por exemplo, são aceitas crianças a partir dos 8 anos), e inclui pessoas com deficiências (PCDs). O zootecnista Carlos Belluzzo é um dos esportistas. "Os resultados são muito claros. Percebo, por exemplo, que ganhei controle do equilíbrio do corpo enquanto mantenho a concentração no tiro. E quanto mais pratico, mais a minha musculatura se acostuma a me manter firme. No fim das contas, quanto maior a concentração na mira, menos eu me distraio e me mantenho focado nas tarefas cotidianas", comenta Belluzzo.
 


 

Benefícios
Macari, que além de técnico é competidor em provas estaduais e nacionais, destaca diversos benefícios desse esporte, como o condicionamento físico proporcionado, que melhora os músculos das costas e a postura coporal. "Trata-se de uma atividade física que também ajuda a melhorar o foco, a concentração e as habilidades de atenção. Sem falar que contribui com a autoconfiança. Independentemente dos resultados obtidos no alvo, cada arqueiro é capaz de tirar satisfação com um maior ou menor grau, de ter vencido uma batalha mental pessoal", explica.


 
Como curiosidade, Macari conta que o lendário herói da Idade Média, Robin Hood, dá nome a uma das jogadas mais raras do tiro com arco: aquela em que o atleta consegue acertar a parte de trás de uma flecha que já está fincada no alvo e, assim, parti-la ao meio. Quando isso ocorre, o atleta pode levar a flecha para casa para guardá-la como troféu. "Quem sabe descobrimos algum Robin Hood aqui em Araçatuba", brinca o técnico.
 


O SIRAN
 
Criado em 25/10/ 1942, O Sindicato Rural da Alta Noroeste foi do pioneirismo dos produtores rurais, responsáveis direto pelo desenvolvimento da cidade e que tinham uma visão do futuro. Inicialmente, o grupo formou a Associação de Invernistas e Criadores da Alta Noroeste, com a finalidade de constituir uma sociedade para a defesa dos interesses da classe, tendo sido então escolhida, por aclamação, a diretoria liderada por Carlos Soares de Castro. De lá para cá, o sindicato vem desenvolvendo um trabalho de união entre os produtores rurais, somando esforços para defender a classe produtiva.
 
Atualmente, o SIRAN representa produtores de Araçatuba, Santo Antônio do Aracanguá, Guararapes, Nova Luzitânia, Gabriel Monteiro, Gastão Vidigal e Rubiácea. A entidade é uma referência na prestação de serviços para a classe produtiva rural, quer seja na área de assessoria e orientação, bem como de representatividade na luta dos interesses de seus associados.
 
Box: Da Pré-história às Olimpíadas
 
A história do tiro com arcos remonta à Pré-História, quando os homens utilizam o arco e flecha como instrumento de caça ou armamento de guerra. Mas nesse período, a prática era utilizada muito mais como necessidade do que propriamente como esporte ou diversão. Foi a partir de meados do século XVI, que o tiro com arco começou a ser tratado como um esporte, e foram criados os primeiros torneios. O mais antigo que se tem registro ocorreu em 1673. Em 1900, em Paris (França), o tiro com arco foi inserido nos Jogos Olímpicos.
 
O tiro com arco no Brasil chegou ao Brasil graças a um idealista, comissário de voo da Panair do Brasil, Adolpho Porta, na década de 1950. O reconhecimento da modalidade praticada no Brasil, em nível internacional, ocorreu no início da década de 1970, quando era ligada à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que possuía um departamento que atendia a alguns esportes, incluindo o tiro com arco. Posteriormente, os esportes que compunham o departamento da CBF tiveram condições de criar sua própria confederação, a CBDT, Confederação Brasileira de Esporte Terrestre.
 
Sob a coordenação da CBDT e filiada à FITA (Federação Internacional de Tiro com Arco), os atletas brasileiros tiveram a oportunidade de disputar vários torneios, como Jogos Pan-Americanos, mundiais e Olimpíadas (4 edições - 1980 – Moscou, URSS, 1984 – Los Angeles, USA, 1988 – Seul, Korea, 1992 – Barcelona, Espanha). O crescimento de federações estaduais e número de atletas possibilitou a criação da Confederação Brasileira de Tiro com Arco, em 1991, criando assim condições para o desenvolvimento do esporte de maneira mais específica e efetiva.
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