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18/04/2019 às 16h41min - Atualizada em 18/04/2019 às 16h41min

Mais de 500 pássaros aprisionados e colocados à venda em mercado são libertados

ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais
Foto: Wildlife Crime Control Bureau/Facebook
Centenas de periquitos (família Psittacidae), koels asiáticos (Eudynamys scolopaceus) e hill mynas (Gracula religiosa) foram encontrados espremidos dentro de pequenas gaiolas, sendo forçados a permanecer em condições precárias.

O Bureau de Controle do Crime (WCCB) do Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Mudanças Climáticas e o Departamento de Florestas de Bengala na Índia, resgataram os pássaros durante duas inspeções seguidas à Galiff Street, no centro de Calcutá, em Bengala, no domingo dia 7.

Entre os animais capturados pelo traficantes estavam filhotes recém-nascidos que os criminosos esperavam vender como animais de estimação.

Segundo o jornal The Hindustan Times, nove pessoas, com idades entre 18 e 32 anos, foram presas ao todo durante as duas batidas.

Agni Mitra, vice-diretor regional do WCCB, confirmou que após a primeira inspeção, as equipes responsáveis receberam denúncias e informações de que os vendedores haviam mudado de local e estavam operando novamente.

Como as aves não costumam sobreviver a esse tipo de condições cruéis e martirizantes, especialmente os filhotes recém-nascidos, eles foram levados imediatamente para atendimento veterinário.

Nos últimos anos, a cidade de Bengala infelizmente se tornou um mercado muito utilizado pelos comerciantes que se beneficiam do tráfico de animais vivos e mortos.

Um alto funcionário do Departamento de Florestas de Bengala descreveu o comércio de animais como um “problema sem fim” para o jornal The Hindu, acrescentando que isso se deve em parte ao fato das pessoas não perceberem que além de ser ilegal manter algumas espécies de aves como animais de estimação, os pássaros nasceram livres na natureza e é assim que devem permanecer.

Em 1991, uma emenda à Lei de Proteção à Vida Selvagem (Lei da Vida Selvagem) de 1972 tornou ilegal que qualquer ave indiana, exceto o corvo da casa, fosse caçada, aprisionada, enjaulada ou comercializada.

No entanto, em áreas como Galiff Street, isso acontece constantemente graças aos argumentos utilizados pelos comerciantes, alegando que eles estão lidando com aves exóticas selvagens, o que ainda é permitido, em vez de aves indianas selvagens.

Abrar Ahmed, ornitólogo e ex-consultor do Bird Trade Project da ONG Traffic International, estudou o mercado nas últimas duas décadas, concluindo que de 1.300 espécies de aves indianas, cerca de 450 estão sendo comercializadas nos mercados doméstico e internacional.

Destas 450 espécies, 23 estão listadas na Lista Vermelha de Aves Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), enquanto 19 outras estão classificadas como “quase ameaçadas”, um status que indica vulnerabilidade.

Embora existam cláusulas na legislação indiana que permitam processar os compradores das aves comercializadas fora da lei, elas não estão sendo implementadas.

As autoridades policiais do país acreditam que isso levaria a questão “um pouco longe demais”, enquanto a natureza clandestina do comércio também tornaria o processo difícil.

E desta forma mais espécies de pássaros vão se esvaindo nas mãos da ambição e sede de lucro humanos. Feitos para serem admirados a distancia, voando e reinando nos ares, a vaidade humana cria demanda para que sejam aprisionados e sirvam de ornamento para olhos e mentes cruéis.

Até que não reste mais nenhum.
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