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29/01/2019 às 16h33min - Atualizada em 29/01/2019 às 16h33min

De helicóptero, agentes matam a tiros animais presos à lama em MG

Os policiais mataram animais que estavam ilhados ou presos à lama no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).

Instituto Anda
Foto: Telmo Ferreira
Um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez voos rasantes ontem, segunda-feira (28), em uma região atingida pela lama, após rompimento de barragem da Vale, no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), para que um agente armado com um fuzil pudesse atirar em animais e matá-los. Os policiais buscavam animais ilhados, presos na lama ou feridos.

Foram mais de 20 disparos. Os animais mortos estavam em uma área próxima ao local em que mais de 20 brigadistas tentavam abrir um ônibus, com vítimas dentro, que estava coberto pela lama.

Muitos animais foram afetados pelo crime ambiental. Ao longo de todo trecho da cidade de Brumadinho, é possível encontrar bois ilhados ou com os corpos atolados à lama.

A decisão de matar os animais foi confirmada pelo chefe da Defesa Civil de Minas Gerais, o coronel Evandro Geraldo Borges. “O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa decisão só é tomada nos casos em que não há outra opção”, disse.

“Não tem jeito. Tem animal preso, outro com perna quebrada. Temos de fazer escolhas, de retirar as pessoas, ir atrás de sobreviventes. Tudo que está sendo feito foi pensado. É isso”, completou.

Em nota, a Polícia Rodoviária Federal afirmou que os tiros foram dados seguindo protocolos de segurança, “a pedido e sob a coordenação de uma veterinária, integrante do Conselho de Veterinária de Minas Gerais e supervisionado pelo comando das operações de resgate”.
 
O coronel lembrou que há outra parte da equipe empenhada em socorrer animais “em condições de serem retirados” da lama. Um deles é o boi Resistente. O animal recebeu esse nome, dado pelos agentes, por lutar pela vida apesar das circunstâncias. O boi recebeu feno e água. Nesta terça-feira (29), ele deve ser sedado para que seja retirado, com vida, do local.

Para a Dra. Vânia Fátima de Plaza Nunes, médica veterinária do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, a opção de atirar nos animais se deve à impossibilidade de sacrificá-los de outra forma. “Pra você fazer uma injeção letal, você tem que ter acesso a um vaso. Em geral, a gente faz a administração da medicação na carótida e aí tem diferentes protocolos para fazer o sacrifício. Numa situação de risco, com o animal sofrendo, o tiro feito no local certo e da forma correta vai fazer com que o animal morra imediatamente. É por isso que existem estudos, em diferentes locais, para trabalhar esse tipo de questão. Os protocolos internacionais para sacrifício de animais em situações emergenciais e de risco oferecem essa possibilidade sim. Isso não é uma prática que começou agora e nem é uma irresponsabilidade”, afirmou.
 

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