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18/12/2018 às 10h25min - Atualizada em 18/12/2018 às 10h25min

Festa da virada em São Paulo e Florianópolis terá fogos de artifício silenciosos

As duas capitais brasileiras aderiram à pirotecnia apenas com efeitos luminosos para celebrar a chegada de 2019.

Huff Post
Fogos sem barulho? São Paulo e Florianópolis aderiram à ideia. ( Foto: Divulgação)
Pelo menos duas capitais brasileiras terão uma noite de Réveillon um pouquinho diferente em 2019. São Paulo e Florianópolis anunciaram que farão a tradicional festa da virada com fogos sem barulho.

O show da virada que costuma lotar a Avenida Paulista na noite do dia 31 de dezembro para celebrar a chegada do Ano Novo adotará a medida pela primeira vez na próxima virada, enquanto a capital catarinense terá a queima silenciosa pela segunda vez seguida.

Em São Paulo, a medida foi tomada para cumprir a lei sancionada pelo prefeito Bruno Covas em maio deste ano, que ainda não foi regulamentada, de autoria dos vereadores Reginaldo Tripoli (PV) e Mário Covas Neto (Podemos). A nova legislação proíbe o uso e a fabricação de quaisquer artefatos pirotécnicos com efeito exclusivamente sonoro.

A decisão, segundo nota oficial da prefeitura, visa a atender às demandas de entidades defensoras dos direitos dos animais e também dos hospitais localizados no entorno da Avenida Paulista, pois os estampidos podem causar mal-estar tanto nos bichos quanto nos pacientes, em especial nos autistas e nos mais idosos.
 
"O estresse excessivo pode levar a distúrbios como irritabilidade excessiva com outros animais e até com as pessoas com quem eles convivem, tanto no momento do estresse quanto a médio e longo prazo. Há também o perigo de o animal ficar retraído e até mesmo de se machucar ou se mutilar, buscando um lugar para se esconder."

Marcelo Brenna, médico veterinário da Prefeitura de Santos

 
Como funcionam os fogos sem barulho

Segundo reportagem publicada pela revista Superinteressante, os fogos de artifício sem barulho foram criados pela fábrica inglesa Fantastic Fireworks há 3 décadas, mas se tornaram mais populares recentemente devido ao aumento da concorrência e, consequentemente, o barateamento do custo de fabricação.

De acordo com o texto, alguns elementos, quando entram em contato com o calor, emanam chamas de diferentes cores. Quando as moléculas de um determinado elemento são agitadas, ganham energia, que acaba liberada em forma de luz.

A diferença em relação aos fogos de artifício barulhentos é que eles utilizam bombas que explodem esses elementos químicos, enquanto os silenciosos queimam os mesmos gradativamente ao arremessá-los no ar, sem as explosões.

Adesão a fogos silenciosos em 2018

Se em 2018, por enquanto, somente as capitais paulista e catarinense anunciaram a decisão de não utilizar fogos de artifício com estampido na festa de Réveillon, no ano passado a adesão à iniciativa foi maior.

Entre as cidades que adotaram a queima de fogos silenciosa na virada do dia 31 de dezembro para 1º de janeiro estiveram Campos do Jordão e Matão, no interior paulista, Ubatuba e Ilhabela, no litoral paulista, Alfenas, em Minas Gerais, e Ponta Grossa, no Paraná.
 
Como preparar seu bichinho para suportar o barulho

Como a lei sancionada por Bruno Covas ainda não foi regulamentada e, em outros pontos da capital paulista e nas demais cidades brasileiras certamente a queima de fogos será bastante barulhenta na entrada do Ano Novo, é bom tomar alguns cuidados com os seus bichinhos de estimação.

Segundo o médico veterinário Marcelo Brenna, os animaizinhos sofrem bastante com o estampidos.

"Cães e gatos têm muito mais vias sensoriais e ligações nervosas do que humanos. A sensibilidade dos animais aos infrassons e ultrassons é muito grande e esses ruídos excessivos tendem a ser mais prejudiciais para os animais do que para nós", explicou.

Para evitar tal sofrimento, aqui vão algumas dicas que certamente ajudarão seu bichinho a ficar com menos medo – ou um pouco mais tranquilo.
 
- Tentar tirar o animal do local em que há exposição continuada aos fogos.
- Fazer um isolamento acústico no cantinho do animal.
- Procurar ajuda de um profissional: Há várias técnicas e terapias de auxílio para comportamento animal atualmente.
- Tratamentos com ansiolíticos e sedativos que minimizam os efeitos do estresse e do medo também são medidas paliativas.
 
* As dicas acima foram repassadas à reportagem pelo doutor Marcelo Brenna, veterinário que trabalha na Prefeitura de Santos, litoral de São Paulo, e pela médica veterinária Camila Castilho de Aquino.
 

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