30/09/2021 às 18h35min - Atualizada em 30/09/2021 às 18h35min

POR UM CASO DE AMOR - professor desprezava cão vira-lata que o salvou em momento de dor

A história abaixo é de minha inspiração. De repente, senti vontade de escrever sobre o alusivo assunto que foi se desenvolvendo naturalmente. Leiam, pois tem sentido e serve de lição para muitas pessoas que desprezam os animais. Quem tanto desprezava o infeliz animal, um dia, foi salvo por ele. Que ironia da vida! Em anexo sou eu cantando TOO YOUNG. Perdoem-me, amigos e amigas, não faço isso por vaidade, mas por querer levar o melhor de mim, neste momento a todos(as) amigos e amigas. Cantar, mesmo precariamente me faz bem à alma. Usem fones, se possível!

Gilberto Pinheiro

Gilberto Pinheiro

Amigos dos animais. Somos o coração, a alma, a voz dos animais. Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil.

Foto: Divulgação
Às vezes, determinados humanos têm que passar por alguma experiência amarga ou adversidade para modificar seus conceitos em relação à vida.  Há pessoas de coração endurecido e que não se curvam a um ato de sublimidade ou amor e que entendem que animais não merecem atenção como devem merecer.  Trata-se de Luiz Augusto M. Lindberg,(nome fictício),  que residia em Paquetá, anos 60.  Estava sempre apressado, pois era professor de Português em colégio famoso na zona sul do Rio de Janeiro e tinha que chegar à escola impreterivelmente às 7h30 horas da manhã, preparando-se para ministrar aulas. 

Todas as manhãs, bem cedo, ao sair de casa, um cachorro vira-lata abanava a cauda para ele, agradando-o, como se tivesse pedindo-lhe companhia.  Luiz Augusto não percebia esta sutileza, pois tinha aversão a animais;  nunca gostou de nenhum deles e o desprezo era rotina.  Certa vez, ameaçou o pobre cão com um chute que, por sorte do animal, não o atingiu.  Isso era rotina - todas as manhãs a mesma cena - o cão abanando a cauda, tentando agradá-lo e a resposta o gélido desprezo. O fato ocorreu durante alguns anos. O tempo passava, cabelos brancos surgiam no professor e o desprezo cada vez mais acentuado.   Mas, sempre há um dia diferente, a reversão de um acontecimento.

Numa manhã de terça-feira, em 1965, lá vinha o professor apressado, saindo de sua casa, batendo o portão.  Não tinha tempo nem para cumprimentar os amigos.  Sentia-se "superior", um homem à frente do "tempo", na verdade, de raríssimos amigos. Frequentava o kardecismo, um centro modesto exatamente na rua onde residia.  Sua rotina era de casa para o trabalho e, duas vezes por semana, à noite no centro espírita.  Tratava sua família com indiferença, pois sua esposa era do lar e se esforçava muito para agradar ao sujeito indiferente à vida.  Sua filha era deficiente auditiva e gostava de animais, o que ele sempre condenou.

Mas, nesta manhã de terça-feira, saiu de casa apressado e lá estava o pobre vira-latas querendo agradá-lo, ser sua companhia.  A gélida indiferença permanecia por parte dele.  Caminhando rapidamente em direção à estação das barcas, foi acometido de um mal súbito, parecendo infartar e caindo ao chão.  Os transeuntes cercaram-no, sem saber o que fazer - o vira-latas vendo o ocorrido, volta em direção à casa do professor e, ao chegar, late desesperadamente, chamando a atenção dos moradores vizinhos e de sua dedicada esposa.  Ela, sem nada entender, percebe a aflição no olhar do animal e ele faz menção de correr em direção ao local, mexendo com a cabeça, sinalizando para ela acompanhar.  Depois de poucos minutos de tanta insistência, intuitivamente ela percebeu que havia alguma
anormalidade e acompanhou o animal, até o local onde estava caído o seu marido.

Desesperada, ela voltou correndo para casa e procurou  um dos raros amigos do marido, coincidentemente, um médico cardiologista que o atendeu imediatamente.   Por sorte, não era infarto como se imaginava, mas queda súbita de pressão arterial e logo levado para casa, medicado, recuperou-se do mal-estar.  Mais tarde, já na plenitude da consciência e equilíbrio da saúde, indagou à esposa como ela soubera do acontecimento, uma vez que ele tinha realmente poucos amigos.  Ela narrou o fato, o desespero do cão que a levou ao local.  Ele ficou comovido e lágrimas desceram em seu rosto, pois passou-lhe um filme em sua mente, o desprezo àquele que ensejava ser seu amigo.   Refletiu bastante e entendeu o erro cometido, pois somente o amor modifica as pessoas quando estão em erro.

No dia seguinte, ao sair para trabalhar, lá estava o pobre cão vira-lata.   Ele se agachou, abraçou o animal e chorou, agradecendo-lhe muito.  O animal parecia entender sua aflição e  olhar comovido do cão  fez com que ele abrisse a porta de sua casa, adotando para sempre o novo amigo que se revelava para ele.  Durante muitos anos o cão viveu em sua casa, selando para sempre uma amizade que já tinha começado com o amor do cão ao professor e, posteriormente, o mesmo professor pedindo-lhe desculpas e o aceitando em seu lar, um novo membro da família.   A partir de então, todas as manhãs em que ele saía para trabalhar o animal o acompanhava apenas até o portão, olhando-o desaparecer na curva da esquina e voltava para casa, aguardando o seu retorno à tardinha.

Amigos e amigas, este caso NÃO existiu.  Tive a imensa vontade de escrever esta história para vocês, pois como defensor dos animais, preciso sensibilizar as demais pessoas, afinal, os animais não podem continuar a ser desprezados, humilhados, muitos mortos diariamente em crueis abatedouros; peixes retirados do mar para nossa alimentação, morrendo por falta de ar.  Até quando seremos nós, humanos, tão maus em relação aos nossos irmãos animais?  Não adianta crer em Deus, frequentar templo religioso e desprezar os animais, afinal, queiram ou não, somos todos parceiros nesta efêmera vida e, por conseguinte, somos todos irmãos.
Que Deus abençoe a todos(as) amigos(as).  O bem precisa ser amplamente divulgado e por um caso de amor tudo se modifica para melhor e a luz ilumina mentes e corações.
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